No início da noite dessa quinta-feira (12) começou uma verdadeira operação de guerra na tentativa de salvar as espécies animais que habitam o leito do rio Doce. A Operação Arca de Noé, em alusão à passagem bíblica do grande dilúvio, conta com a participação de entes públicos, juntamente com associação de pescadores local. Eles executam um plano de retirada dos peixes do rio, já que a previsão é de que ocorra a mortandade de 100% das espécies na passagem da onda de lama com os rejeitos de mineração, provocada pelo rompimento das barragens da Samarco em Minas Gerais.
De acordo com Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), serão retiradas do Rio Doce, com apoio dos pescadores da região, profissionais ou não, todos os peixes encontrados. O objetivo da operação é o resgate e conservação do material genético dos animais, de forma emergencial. Eles serão levados para outros locais, previamente definidos. Em princípio, serão alocados nas lagoas da Cobra Verde, em Colatina; e na do Limão, em Linhares. Também estão sendo sondados locais próximos à hidrelétrica de Mascarenhas, em Baixo Guandu.
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A lama está prevista para chegar a Colatina neste sábado (14) e o trabalho terá que ser feito antes disso. Estão envolvidos na operação, representantes do MPF/ES, do Ministério Público Estadual (MPES), do Poder Judiciário, entidades ambientais, além da Prefeitura de Colatina. A mineradora Samarco, responsável pela tragédia ambiental, acatou as medidas e está prestando apoio para operacionalização da ação com o oferecimento de suprimentos para captura e transporte dos peixes.
“Como ainda não há uma análise completa da presença de metais pesados na água do Rio Doce, não há certeza de que os peixes estão ou não contaminados. Além disso, os órgãos ambientais não autorizaram a pesca indiscriminada, tendo ficado permitidos apenas o resgate e a soltura dos animais em locais predeterminados”, diz a nota divulgada no site do MPF-ES.
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