O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) anunciou ontem a suspensão de todos os repasses de verba, via convênios, à Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara). A entidade foi fundada e é dirigida pelo sindicalista Bruno Maranhão, coordenador do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), grupo que invadiu e depredou a Câmara na terça-feira da semana passada. Nos últimos sete anos, a associação recebeu cerca de R$ 5,7 milhões dos cofres públicos. Desse total, R$ 5,6 milhões foram liberados na gestão do presidente Lula.
Do total transferido, R$ 4,2 milhões foram repassados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), subordinado ao MDA. A Polícia Federal informou ontem que vai solicitar ao Incra a documentação desses convênios para investigação.
Com a suspensão, o governo espera retirar o poder de mobilização do MLST, que investiu quase R$ 80 mil para fazer o ato político da semana passada. Segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o líder do MLST, Bruno Maranhão, é responsável por três dos quatro convênios firmados entre a Anara e a União. Outro integrante do movimento, Edmilson de Oliveira Lima, aparece como responsável na assinatura de outro convênio. Maranhão e Edmilson estão entre as 42 pessoas indiciadas pela Polícia Federal que responderão na Justiça pela invasão à Câmara e estão presos na penitenciária da Papuda.
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