O almirante Ademir Sobrinho, chefe do Estado Maior do conjunto das Forças Armadas, pediu que a população abra as portas aos militares. “[A presença dos militares na ação ocorre] pela facilidade das Forças Armadas de mobilizar uma quantidade tão grande de pessoas. Mas são importantes a credibilidade e as informações da imprensa para que as pessoas abram as casas neste sábado”, disse Sobrinho.
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Os militares entregarão panfletos e, junto com os agentes de saúde dos estados, conversarão com a população sobre a importância de não manter criadouros do mosquito em suas casas. Em algumas situações podem ser aplicados larvicidas em depósitos de água nas residências, como caixas d’água. A ação, no entanto, dará prioridade ao diálogo e à informação à população.
A meta é visitar 3 milhões de famílias em cerca de 350 municípios brasileiros. Pernambuco, estado com o maior número de casos notificados de microcefalia, terá 30 municípios visitados. As cidades foram escolhidas de acordo com os critérios de incidência do mosquito e da presença de apoio militar.
O governo pretende passar uma mensagem de união em torno do combate à doença. Para isso, a presidenta Dilma Rousseff deslocou seus ministros a vários estados a fim de participar ativamente da mobilização. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, por exemplo, viajou para Salvador, e o chefe da Casa Civil, ministro Jaques Wagner, para São Luís. Nelson Barbosa, da Fazenda, visita Belo Horizonte e José Eduardo Cardozo, da Justiça, seguiu para Fortaleza.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, cumprirá a agenda em Aracaju e a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, no Recife. O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, participa da ação em Maceió e Ricardo Berzoini, titular da Secretaria de Governo, está em Manaus. A presidenta, por sua vez, visita o Rio de Janeiro.
“Estaremos presentes nos estados. Acho que a presença dos ministros é um testemunho do compromisso e do esforço do governo federal para a contenção do mosquito e dos males que ele causa”, disse o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, que encontrará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em Campinas.
O governo espera distribuir 4 milhões de panfletos pelo país. Trata-se de um guia para eliminar os criadouros do mosquito. Com a hashtag #zikazero, o guia orienta as pessoas a manter as caixas d’água tampadas, os pneus guardados em locais cobertos e secos e os pratinhos de planta cheios de areia.
Outras ações
Estão agendadas para os próximos dias mais ações de combate ao Aedes aegypit. De 15 a 18 de fevereiro, mais de 50 mil homens e mulheres das Forças Armadas vão contar com a colaboração da população para entrar nas casas, eliminar focos do mosquito e aplicar produtos químicos para inibir sua reprodução.
Do próximo dia 19 a 4 de março, as ações serão nas escolas, em uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Educação. “Os alunos são grandes irradiadores, principalmente para as suas famílias, do problema do mosquito e de como combatê-lo. Vamos às escolas, assim como outras autoridades, falar com os alunos para que eles levem essa mensagem às suas casas”, afirmou o chefe do Estado Maior do conjunto das Forças Armadas.
Emergência internacional
No início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência internacional de saúde pública em virtude do aumento de casos de microcefalia associados à contaminação pelo Zika. A situação é preocupante, segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, por causa de fatores como a ausência de imunidade entre a população, a falta de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápido e a possibilidade de disseminação global da doença.
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypiti, mesmo transmissor da dengue e da chikungunya, o vírus Zika provoca dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. A grande preocupação, no entanto, é a relação entre o Zika e a ocorrência de microcefalia.
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