O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou hoje (16) que o governo irá lançar uma nova política de créditos para o setor agrícola. Em audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta manhã, o chefe da pasta afirmou que um grupo de especialistas estuda a liberação de créditos para cooperativas.
“A liberação através das cooperativas é importante, é uma saída. Nós temos que aumentar o capital de giro delas, porque elas poderão dar um fluxo melhor à comercialização, que é a grande preocupação que nós temos”, explicou Stephanes.
Segundo Stephanes, no entanto, a medida não interferirá no preço dos alimentos para o consumidor. O ministro afirma que deve haver uma queda de preços para o produtor, mas que os novos ajustes não chegam à mesa.
"Se faltar crédito ou condições para o produtor, ele vai ter que se ver livre dessa safra, vai ter que vender com muita rapidez e aí ele pode perder muito dinheiro e a intermediação é que vai ganhar. Isso não significa que vai diminuir o preço para o consumidor", argumenta Stephanes. "Um grande exemplo é o pãozinho. O trigo caiu em quase metade, mas o preço do pãozinho não caiu à metade. O agricultor perdeu, o produtor perdeu, mas não chegou à mesa do consumidor", completou.
Leia também
Dificuldades
O ministro admitiu ainda que as dificuldades das políticas de governo. "Há uma dificuldade entre as decisões tomadas pelo governo e a realização de políticas que cheguem ao produtor, que cheguem à ponta. Às vezes por questões burocráticas ou por questões bancárias. Bancos privados têm aversão ao risco, procuram ser muito seletivos neste momento de crise e, eventualmente, evitam emprestar", disse.
"É claro que o governo está angustiado com essa situação e está procurando outras formas de fazer com que o crédito chegue efetivamente ao produtor”, completou.
Segundo Stephanes, duas linhas de financiamento já saíram para as cooperativas de crédito e cooperativas de produção. “O que está se tratando é de uma terceira linha de financiamento, pensando na comercialização, ou seja, para fevereiro, março e abril. Essa linha será através de toda a capitalização das cooperativas ou através de aumento do capital de giro”, considerou.
As decisões, de acordo com o ministro, devem ser tomadas até o início do próximo ano, para que os recursos estejam à disposição para o período de colheita, entre fevereiro e abril. (Renata Camargo)
Deixe um comentário