Foram retirados muros, cercas, portões e alambrados localizados em área pública e que impediam a circulação na margem do lago. A desocupação foi determinada por uma sentença judicial de 2011, em resposta a uma ação civil pública do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em 2005. Serão mantidos píeres, gazebos e quadras esportivas construídos pelos moradores na faixa de 30 metros, até a conclusão do plano de uso e de recuperação da área, que será feito pelo governo distrital. Não ocorrerão remoções em terrenos escriturados dentro de área de preservação permanente e lotes da União e de embaixadas. A previsão é que os 80 quilômetros da orla estejam livres em dois anos.
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A primeira casa a passar pela ação foi a do contador Sérgio Ferreira, 25 anos. Ele e a família decidiram, por conta própria, dar início à retirada da cerca ainda no domingo (23). Com a liberação da área determinada pela Agefis, foram removidos um campo de areia e metade de um campo de futebol, além de uma rampa para o acesso direto de embarcações às águas do lago.
“A gente esperou até o último momento [para recuar as cercas], para ver se acontecia alguma coisa”, disse. “Não há planejamento dessa área. Eles [governo do Distrito Federal] ainda não sabem o que vão fazer, como vão fazer e de onde vão tirar dinheiro para fazer”, completou. A arquiteta Sabrina Estrela, 38 anos, mora no Lago Sul, e compareceu ao local da ação para “prestar solidariedade” aos demais moradores. Ela reclamou que a área é alvo constante de assaltos e chamou a derrubada de cercas de “teatro”.
“Minha casa ainda não está no cronograma, mas estou sendo solidária à essa palhaçada que está acontecendo aqui. Quero saber se o governador vai vir aqui cuidar da gente, colocar segurança”, disse. “Se fizessem um parque legal, com playground, eu batia palmas, mas isso não vai acontecer.”
Já o observador de aves Tancredo Maia, 68 anos, aprova a medida. Ele contou que, como usuário de áreas verdes e parques em Brasília, sente falta de um maior acesso ao Lago Paranoá.
“Desocupar a área é o mais importante. O que vem daí é consequência. Se tiver um parque projetado, será muito melhor. Se não tiver, não tem problema nenhum. A população se apropria desse espaço se tiver acesso a ela”, disse.
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