As fotos foram tiradas pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal durante vistoria ao local em 2011
Uma auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal concluída em 2012 recomendou ao governo local que fizesse reparos e manutenção, em caráter de urgência, no viaduto do Eixão Sul que despencou nesta terça-feira (6). O trecho já constava no relatório do TCDF, enviado ao governo do Distrito Federal (GDF) naquela época.
Na ocasião, o órgão ressaltou que a falta de manutenção acarretaria na “perda antecipada de funcionalidade das edificações e aumento de risco aos usuários”. De acordo com o documento, o poder público deveria agir com urgência em pelo menos 19 pontos da cidade que não se encontravam em bom estado de conservação, entre elas, obras paralisadas devido à falta de repasse de recursos de contrapartida do GDF.
“Diante da situação encontrada, a auditoria entende que as práticas adotadas pelo GDF representam desrespeito ao art. 45 da LRF e pode influenciar a avaliação da regularidade das contas de governo relativas ao exercício de 2011”, diz o órgão no relatório.
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Quatro carros foram destruídos e outros quatro esmagados pela plataforma que desabou
O relatório apresentado há seis anos não foi o primeiro alerta. Em 2009 o Sindicato de Engenharia e Arquitetura (Sinaenco) já apontava a necessidade de reparos “com urgência” no trecho e mais outros oito viadutos e pontes.
Nesta terça-feira (6), por volta das 11h45, um trecho de 30 metros de asfalto do viaduto cedeu no Eixo Sul. Não houve mortos nem feridos. Quatro carros foram destruídos e outros quatro esmagados pela plataforma que desabou. O viaduto fica próximo à Galeria dos Estados e à Rodoviária de Brasília. O Eixo é uma das principais vias da capital e liga as Asas Sul e Norte.
Entre os espaços públicos vistoriados pelo TCU e apontados como prioritários na lista de reformas estão a Rodoviária do Plano Piloto, o Teatro Nacional, o Panteão, o Centro de Convenções Ulisses Guimarães, o Ginásio Cláudio Coutinho, o Parque Aquático Airton Senna, a Ponte do Braghetto, a passagem de pedestres da 116 Norte, os viadutos da 216 e 116 Norte, a Ponte Costa e Silva, a Ponte das Garças, os viaduto da 203/204 Sul, da S2, da 215/216 Sul, e da N2, o Museu Nacional e o estacionamento do Conjunto Nacional.
Logo após o ocorrido, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, admitiu que, apesar de áreas próximas ao desabamento terem passado por reforma, não houve manutenção no ponto onde aconteceu o acidente. “Brasília é uma cidade que está envelhecendo. Estamos fazendo obras, mas, infelizmente, essa é uma área onde não foi feita manutenção”, disse.
Por meio de nota, a assessoria do governador informou que todos os órgãos de governo já estão orientados a atuar de forma rápida e para garantir a segurança da população e minimizar os impactos do acidente no centro da cidade e trabalhar na recuperação da estrutura. A área central foi interditada e não há previsão de quando será liberada.
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