Roseann Kennedy*
A piada no momento, em Brasília, é se Lula não vai pedir à presidente eleita Dilma Rousseff para fazer um puxadinho no Palácio do Planalto. Porque parece ser a única coisa que está faltando.
A contar desta terça-feira, falta exatamente um mês para Lula deixar o cargo. Mas parece que seu apego à faixa presidencial é tão grande que ele não aceita simplesmente se despedir e assumir a nova condição de ex-presidente.
Lula tenta compor todo o ministério. Empurra alguns nomes para a próxima equipe. Faz lobby por outros. E assim vai montando a Esplanada com sua cara.
Da própria Dilma Rousseff, por enquanto, vê-se quase nada. Apenas o nome do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, cotado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e a tentativa dela de colocar mais mulheres no poder.
Mesmo assim, o único nome feminino confirmado até agora é o da nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, muito mais ligada a Lula que a Dilma.
Lula também sugeriu que Dilma mantenha a ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira. E a atual ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, pode ser mantida na vaga, dependendo das negociações com o ex-ministro da pasta Patrus Ananias.
Interlocutores políticos ligados à presidente eleita dizem que tem ocorrido um problema na escolha da equipe feminina: os partidos não têm indicado mulheres.
Mas, aí sim, na insistência de Dilma, alguns nomes começam a garantir espaço. A senadora Ideli Salvati (SC) deve ser a ministra da Pesca. A deputada federal Maria do Rosário (RS) vai para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Tirando a insistência de Dilma em colocar mulheres nas vagas da Esplanada, até agora a escolha do Ministério de Dilma mostra que a presidente eleita não tem a própria equipe.
Não dá para achar que é só por uma questão de continuidade ou gratidão de Dilma, mas é excessiva interferência mesmo do presidente Lula.
Veremos quanto tempo a nova presidente ficará com a velha equipe. Já há integrante da cúpula do partido apostando que, passado o primeiro ano de gestão, tão logo estabeleça o próprio ritmo de governo, aí sim Dilma Rousseff montará seu ministério.
NOMES CONFIRMADOS OU CONSIDERADOS CERTOS ATÉ O MOMENTO
(Em negrito, só os confirmados oficialmente)
Guido Mantega – Fazenda
Miriam Belchior – Planejamento
Alexandre Tombini – Banco Central
Antonio Palocci – Casa Civil
Gilberto Carvalho – Secretaria-geral da Presidência
Sergio Côrtes – Saúde
Nelson Jobim – Defesa
Fernando Haddad – Educação
Paulo Bernardo – Comunicações
Alexandre Padilha – Relações Institucionais
Fernando Pimentel – Desenvolvimento Indústria e Com. Exterior
José Eduardo Cardozo – Justiça
Aloízio Mercadante – Ciência e Tecnologia
Isabella Teixeira – Meio Ambiente
Ideli Salvati – Pesca
Maria do Rosário – Direitos Humanos
Nomes ventilados:
Antonio Carlos Valadares (Turismo ou Previdência)
Carlos Lupi (Trabalho)
Manuela D’ávila (Esportes)
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome)
*Roseann Kennedy é comentarista política da CBN e escreve esta coluna com exclusividade para o Congresso em Foco
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