A criticada política do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, fez o país acumular, no ano passado, o maior superávit primário (economia para pagar juros da dívida externa) em mais onze anos. Em 2005, o governo segurou R$ 93,505 bilhões do Orçamento para quitar as despesas com países estrangeiros. O montante equivale 4,84% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país.
O valor supera em R$ 10,7 bilhões a meta de superávit primário estabelecida pela equipe econômica para o ano passado, de R$ 82,75 bilhões, equivalente a 4,25% do PIB. Também passa em R$ 12,395 bilhões o superávit primário de 2004 que, estimado em R$ 81,11 bilhões, correspondeu a cerca de 4,59% do PIB daquele ano.
Entre outros fatores, a alta no superávit pode ser atribuída à liberação, em conta-gotas, de recursos do Orçamento pelo governo. A elevada taxa básica de juros, hoje em 17,25% – a mais alta do mundo –, também contribuiu para que o governo superasse a meta, na opinião de analistas.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, o saldo é o maior desde 1994, quando o superávit foi de 5,21% do PIB. Ele disse que parte do aumento no superávit deveu-se à participação dos estados e municípios no cumprimento da meta. “Houve resultados bastante positivos para governos regionais”, comentou.
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O superávit primário dos estados e municípios, de R$ 21,323 bilhões (1,10% do PIB), foi o maior desde o início da série histórica, em 1991. As empresas estatais também obtiveram superávit recorde de R$ 16,441 bilhões em 2005.
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