Thomaz Pires
A queda de braço entre o atual governador do Distrito Federal, o chefe do Executivo tampão Rogério Rosso (PMDB), e o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) teve fim agora há pouco. O deputado foi confirmado, na convenção regional do partido, como vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz (PT). Dos 122 filiados votantes, 97 apoiaram Filippelli. Rosso, que lançou o nome em uma chapa puro-sangue, obteve apenas 22 votos.
Logo após a confirmação do resultado, o deputado Filippelli rebateu as críticas dos contrários à sua candidatura como vice. “Essa consulta mostra como o partido permanece unido. Mais de 80% aprovaram nosso projeto, que será vencedor nessa disputa eleitoral”, destacou o peemedebista. As críticas dos contrários à coligação PT-PMDB, levou em consideração a histórica rivalidade entre as duas legendas no DF, que tiveram enfrentamentos acirrados nas últimas eleições.
Ainda no final da manhã, o governador Rosso chegou à convenção acompanhado da vice Ivelise Longhi em de dois trios elétricos. Apoiadores de Filippelli reagiram aumentando o som dos trios concorrentes, impedindo assim que os correligionários de Rosso o ouvissem. Houve tumulto, mas a Polícia Militar conseguiu conter a confusão.
A candidatura de Rosso só foi confirmada na madrugada deste sábado (19), quando o juiz Ricardo Faustini, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, decidiu manter o registro de seu nome na convenção regional, alegando que o governador não teve direito à defesa na última reunião do PMDB-DF, na noite de sexta.
A tese dos contrários à candidatura de Rosso é que o atual governador teria descumprido um acerto do partido, feito em abril, durante as negociações para a eleição indireta. Pelo acordo, dizem os opositores, o mandatário tampão se comprometeu com outras oito legendas a não se candidatar à reeleição e conduzir assim o GDF somente até dezembro.
Troca de farpas
Antes mesmo do resultado da convenção, os dois candidatos trocaram acusações. As provocações feitas pelas claques de Filippelli deixaram o governador irritado, que foi diplomático ao revidar as provocações.
“A diferença entre democracia e ditadura é que na democracia se pode votar antes de obedecer às ordens” Rogério Rosso, governador do DF, derrotado em sua tentativa de concorrer à reeleição |
Questionado sobre a polêmica, Filippelli foi breve nas explicações e usou o tom diplomático para evitar mal-estar na legenda. “Eu não posso falar por ele (Rosso). E nem vou entrar no mérito. O importante é que não há qualquer desentendimento interno. O partido permanece unido para disputar as eleições”, destacou.
Apoio confirmado
O sábado também foi dia de decisões no DF para as executivas regionais do PSB e PCdoB , que confirmaram o apoio ao candidato do PT ao governo, Agnelo Queiroz. A chapa vai apoiar ainda a reeleição do senador Cristóvam Buarque (PDT) e do deputado Rodrigo Rollemberg (PSB) à outra vaga ao Senado.
O Psol decidiu concorrer às eleições com uma chapa puro-sangue. Para o governo, com o candidato Toninho do PSol e para o Senado, com o maestro Jorge Antunes e o jornalista Chico Sant’Anna.
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