O Ministério Público do Distrito Federal e a Polícia Civil investigam a suspeitas de que Gim Argello (PTB-DF), o suplente que assumirá a vaga de Joaquim Roriz (PMDB) no Senado, recebeu R$ 500 mil dos R$ 2,2 milhões descontados pelo ex-governador de Brasília no banco BRB. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o dinheiro foi entregue a Gim por Valério Neves, assessor de Roriz.
Roriz foi flagrado tratando com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura a partilha do dinheiro, episódio que acabou o levando a renunciar ao mandato de senador. Em sua defesa, o peemedebista afirma que o cheque lhe foi entregue pelo empresário Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas, e que o descontou no BRB por comodidade, pegou um empréstimo de R$ 300 mil e devolveu o restante a Constantino.
A polícia, contudo, tem indícios de que o dinheiro foi o pagamento pela aprovação de um projeto lei que, ao mudar a destinação de um terreno do ex-deputado Wigberto Tartuce (PMDB-DF), garantiu que a área dobrasse de preço. O imóvel foi vendido por Tartuce à Aldebran Investimentos Imobiliários, empresa que tem entre os sócios Nenê Constantino (leia mais). Gim teria sido, ao lado do advogado André Campos Amaral, portador também da parte do dinheiro destinada ao próprio Tarcísio.
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Empréstimo
O suplente de Roriz é investigado também pela Justiça Federal por movimentação financeira irregular. Ele recebeu mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo sem pagar impostos ou comprovar a origem dos recursos. Em sua defesa, Gim afirma que a quantia lhe foi emprestada por sua mulher, Márcia Cristina Varandas, e por seu advogado, Paulo Goyaz.
"Não foi apresentado nenhum documento ou prova que viesse a estabelecer efetiva correspondência, vinculação ou nexo causal entre os valores apresentados e aqueles depositados, nenhuma comprovação trazida aos autos de modo a vincular aqueles valores auferidos pela mencionada senhora aos mesmos montantes que transitaram pela conta corrente do sujeito passivo [Argello]", disseram, ao jornal Folha de S. Paulo, os auditores que negaram um dos recursos movidos pelo ex-deputado.
(Carol Ferrare)
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