O recém-criado PSD se consolidou de fato no Congresso Nacional. Na tarde de hoje (26), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, esteve em Brasília para lançar oficialmente o partido. Com 55 deputados filiados ao seu partido, o pessedista não classificou a legenda nem como de esquerda, alinhada aos ditames do governo, nem de direita, no papel de oposição.
“Viemos para trazer o equilíbrio ao Brasil. Somos de centro. Jamais seremos governo por ser governo e oposição por ser oposição. Teremos sempre posições definidas”, disse a um auditório cheio, no Senado.
Apesar da posição independente, vários políticos da base estiveram presentes no evento, inclusive com direito a voz na tribuna. Dentre eles, estava o deputado Rui Falcão, presidente do PT. Na tribuna, ele disse que o novo partido “não vem para se alinhar automaticamente à base, mas vem para ajudar o governo a levar para frente projetos importantes, como os de combate a fome”.
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O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) também discursou no evento, dizendo que a sigla consolida um novo ideário no país. “É mais do que um partido”, disse depois de dar as boas-vindas à nova legenda. Ele também brincou dizendo que quase se filiou ao novo partido ao chegar no evento. “Quero confessar, Kassab, que passei ali na entrada e vi que tinha uma ficha de filiação em cima da mesa. Peguei e fiquei coçando os dedos. Quase puxei a caneta. Depois, fiquei sabendo que era apenas uma ficha de informação”, disse.
Também estiveram presentes o presidente do PR, Alfredo Nascimento, e a deputada federal Manuela D’Ávila (RS), que falou em nome do PCdoB.
O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que os dois partidos estarão juntos nas eleições estaduais de 2012. “PSB e PSD estarão juntos em muitas lutas no ano que vem. Onde um não puder ter candidato, vamos fazer todo esforço para estarmos juntos, para que cresçamos juntos”, disse. No entanto, Kassab reiterou a posição “independente” do PSD. O PSB é um dos principais partidos da base aliada do governo Dilma Rousseff.
O deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) também esteve presente ao evento. Acompanhando o presidente do partido, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que atualmente há um desconforto em várias siglas e o PSD é exemplo disso. “A janela abriu e muitos saíram”, disse. Quanto à posição política adotada, o senador afirmou ser fruto de uma estratégia do partido para conseguir arregimentar o maior número de parlamentares.
Meirelles
Um dos “trunfos” do PSD, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, não compareceu, pois está em viagem ao exterior. Cotado como um dos principais articuladores do partido para as eleições do ano que vem e possível substituto de Kassab na prefeitura paulista, Meirelles disse, em um vídeo apresentado, que resolveu integrar o partido para contribuir “com sua experiência de gestão pública e privada”.
Em entrevista coletiva, Kassab garantiu que Meirelles não tem agora como objetivo se candidatar a nenhum cargo, mas que se mais à frente tiver esta pretensão, tem currículo para tal.
O PSD já nasce como um dos partidos mais ricos do Congresso. A maioria de seus parlamentares são ruralistas e têm na atividade empresarial sua principal ocupação. A soma dos bens declarados à Justiça eleitoral pelos congressistas do PSD faz dele o segundo partido mais rico do Parlamento, atrás apenas do PMDB.
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