A professora Miruna Genoino e a advogada Maria Leonor Poço Jakobsen se colocaram à disposição das autoridades para comprovar a origem das doações que somaram mais de R$ 1,7 milhão. Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério Público Federal abriu investigação para apurar se houve irregularidade nas doações. As duas afirmaram, ainda, que houve total transparência no levantamento dos recursos para pagar as multas impostas pela Justiça aos condenados no julgamento do mensalão.
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“A campanha foi feita por muita gente com nome, RG e CPF (no caso do meu pai, temos 2.620 pessoas que nos mandaram essas informações, por exemplo) e por isso não temos medo de provar nada, caso seja necessário”, afirmou Miruna, em nota enviada ao Blog da Cidadania. Em sete dias de campanha na internet, familiares e amigos de Genoino arrecadaram R$ 770 mil para pagar a multa de R$ 667,5 mil determinada pela Justiça. O excedente foi repassado a Delúbio.
Já a advogada do ex-tesoureiro do PT informou que 1.668 doadores colaboraram com a “vaquinha” feita para ele. Delúbio conseguiu arrecadar R$ 1.013.657,26 pela internet. Mais de R$ 600 mil apenas num dia. Somados os números divulgados pelos dois petistas, o total de contribuintes chega a 4.288 pessoas, o que daria uma média de R$ 415 por doador. A sobra de Delúbio será repassada ao ex-ministro José Dirceu, que terá de pagar R$ 971 mil à Justiça.
Segundo Maria Leonor Poço Jakobsen, as contribuições foram feitas por livre e espontânea vontade, dentro das possibilidades de cada um. “Conforme nossa solicitação, os doadores são identificados com seus RG e CPF, e depositaram em conta da Caixa Econômica Federal, especificamente aberta para tal campanha solidária”, escreveu a advogada em nota.
Para ela, o sucesso da campanha foi um protesto às “arbitrariedades” do julgamento do mensalão. “Absoluta transparência norteou nosso trabalho, e o êxito desta campanha representa uma resposta pública de protesto pelas arbitrariedades praticadas na AP 470. Assim, o valor excedente ao pagamento da multa será doado para atender a mesma penalidade imposta aos demais companheiros”, acrescentou.
Veja a nota enviada pela filha de Genoino ao Blog da Cidadania:
“Em um dia em que alguns meios de comunicação divulgaram posicionamentos que colocam em dúvida a transparência de nossa campanha solidária, nada melhor do que relembrar e reforçar nosso trabalho incansável para que tudo aconteça de forma limpa e clara. Aqui neste link do site estão os comprovantes de transferência do excedente, bem como do pagamento do imposto da doação. Nossa campanha foi feita por muita gente, gente com nome, rg e cpf (no caso do meu pai, temos 2.620 pessoas que nos mandaram essas informações, por exemplo) e por isso não temos medo de provar nada caso seja necessário.”
Abaixo, a nota divulgada pela advogada de Delúbio Soares:
“SOLIDARIEDADE, GRATIDÃO E TRANSPARÊNCIA
1) 1.668 companheiras e companheiros doaram recursos em favor de Delúbio Soares, visando o pagamento da injusta e exorbitante multa que lhe foi imposta;
2) O fizeram por livre e espontânea vontade, doando as mais diversas quantias dentro de suas possibilidades pessoais;
3) Conforme nossa solicitação, os doadores são identificados com seus RG e CPF, e depositaram em conta da Caixa Econômica Federal, especificamente aberta para tal campanha solidária;
4) Todos as doações foram feitas com pleno amparo legal, revestindo-se da característica de ato de vontade pessoal, solidariedade humana, amizade ou afinidade política e ideológica;
7) Absoluta transparência norteou nosso trabalho, e o êxito desta campanha representa uma resposta pública de protesto pelas arbitrariedades praticadas na AP 470. Assim, o valor excedente ao pagamento da multa será doado para atender a mesma penalidade imposta aos demais companheiros;
8 – Estamos realizando os cálculos para o recolhimento dos tributos devidos, dentro do prazo legal, e iremos publicar o recibo do pagamento a ser efetuado;
9) Reafirmamos nossa gratidão e respeito aos que nos apoiaram, de todas as classes sociais e regiões do país, demonstrando inconformismo diante do julgamento de exceção, midiático e arbitrário, que condenou sem provas os nossos companheiros.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2014
Maria Leonor Poço Jakobsen
OAB nº 170.083/SP
Coordenadora”
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