O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) entregou hoje (17) à CPI do Cachoeira uma série de documentos sobre contratos firmados entre a construtora Delta e o governo do Rio de Janeiro na gestão do governador Sérgio Cabral (PMDB). Garotinho alega que os 68 kg de papeis que reuniu – segundo ele, com autorização judicial – indicam a prática de superfaturamento, aditivos contratuais indevidos e licitações fraudulentas.
Adversário político de Cabral, o ex-governador diz que há “um consórcio” entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o presidente da Delta, Fernando Cavendish. De acordo com investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Cachoeira atuava em favor da Delta no Centro-Oeste, por meio do diretor da construtora na região, Cláudio Abreu.
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Entre as eventuais irregularidades apontadas por Garotinho, está um contrato de R$ 256 milhões firmado entre o governo do Rio e a empreiteira para a instalação de hidrômetros. O ex-governador afirma que, de pose dos novos documentos, a CPI não tem como evitar a convocação de Cabral. A comissão rejeitou a convocação do peemedebista no dia 30 de maio. Cavendish deve ser ouvido pelos parlamentares logo após o recesso parlamentar, que se estenderá de amanhã (18) até 31 de julho. Os contratos firmados entre a Delta e o governo fluminense somam mais de R$ 1,4 bilhão desde 2007.
O deputado do PR ainda criticou os movimentos de lideranças do governo para impedir a convocação do governador do Rio de Janeiro. Ainda em maio, o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi flagrado por um cinegrafista do SBT enviando mensagem de apoio a Cabral por meio do celular. “Você é nosso e nós somos teu”, escreveu Vaccarezza.
Garotinho insiste na convocação de Cabral desde que publicou, em seu blog, fotos e vídeos de Cabral e Cavendish em momentos de descontração em lugares luxuosos na Europa.
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