Por meio de sua assessoria, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que deve ser eleito hoje presidente do Senado, negou nesta manhã qualquer envolvimento com a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte de que teria havido caixa dois em sua campanha eleitoral, em 2002.
De acordo com a denúncia, o governo potiguar repassou R$ 210 mil para a conta de 17 pessoas que participaram da campanha que rendeu o mandato a Garibaldi, conforme revela reportagem publicada pela Folha de S. Paulo.
Fora do cargo
A assessoria do futuro presidente do Senado alega que o nome dele não é citado na denúncia, como o próprio jornal ressalta, e que Garibaldi não era mais o “ordenador de despesas” do estado quando houve o repasse de recursos da Secretaria de Defesa Social para a empresa de informática Microtec Sistemas.
Na época, o cargo era exercido pelo vice de Garibaldi, Fernando Freire (PMDB), um dos denunciados pelo Ministério Público por formação de quadrilha e peculato.
Da Microtec, segundo os procuradores, o dinheiro teria sido repassado para pessoas que faziam parte ou haviam sido contratadas pela empresa de marketing político Polis Propaganda e Publicidade, responsável pela campanha do senador.
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A agência – que pertence ao marqueteiro João Santana, ex-sócio do publicitário Duda Mendonça e um dos coordenadores da campanha de Lula no ano passado – fez a campanha vitoriosa de Garibaldi ao Senado e de Freire ao governo do estado. O então governador foi derrotado pela atual governadora, Wilma de Faria (PSB).
Campanha única
Segundo a Folha, o ex-governador e dois ex-contratados da Polis reconheceram que a campanha era única (Freire ao governo, na qual foi derrotado, e Garibaldi ao Senado) e que João Santana trabalhou para os dois candidatos ao mesmo tempo.
Garibaldi se encontrará, em instantes, com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), na sede do partido, no próprio Congresso Nacional. Temer disse que pretende apenas cumprimentar e desejar sucesso ao novo presidente do Senado.
Por causa da eleição, prevista para as 12h, o senador potiguar cancelou hoje a gravação do programa de rádio “Falando francamente”, que apresenta diariamente desde 1965 no Rio Grande do Norte. (Lúcio Lambranho e Edson Sardinha)
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