O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), declarou a pouco que a CPI Mista dos Cartões Corporativos – que corria o risco de encerrar os trabalhos, como alertou diversas vezes a presidente do colegiado, Marisa Serrano (PSDB-MS) – “avançou”, o que deixaria sem propósito ou relevância os trabalhos da CPI exclusiva dos senadores criada pela oposição no último dia 8 (leia).
“Parece-me que a comissão mista andou avançando, e isso contribuiu para que a outra CPI que fosse criada não tivesse sendo ansiosamente cobrada na sua instalação”, analisou Garibaldi.
Voltando a definir como sem fundamento o fato de duas CPIs tratarem sobre o mesmo assunto simultaneamente, de forma a consumir excessivamente tempo e energia dos parlamentares (além de dinheiro público), Garibaldi não quis admitir a “morte” da CPI exclusiva. Mas fez graça ao comentar a possibilidade levantada por uma repórter.
“Não sou coveiro de CPI”, brincou o peemedebista, para quem a CPI exclusiva é “redundante”. “Pelo contrário, eu acho que o nascimento de uma CPI é salutar. O que aconteceu no caso dessa CPI é que ela veio tratar do mesmo objeto de uma CPI já criada, e eu considerei isso redundante, que não ia ter a eficácia desejada.”
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Ontem, uma reunião entre Marisa Serrano, o relator da CPI mista, Luiz Sérgio (PT-RJ), e alguns membros do colegiado definiu algumas regras que nortearão as visitas do grupo que será destacado para ter acesso, juto ao Tribunal de Contas da União (TCU), às informações sigilosas sobre gastos com cartão corporativo da Presidência da República. Segundo a presidente da comissão mista, quatro senadores ou deputados serão indicados por governo e oposição, o que resultará num grupo de oito parlamentares para a função (leia).
Avanços e retrocessos
Ao Congresso em Foco, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), declarou que a CPI mista avança e retrocede, mas que é importante como instrumento de pressão para que as investigações aconteçam. “A CPI mista avançou anteontem, retrocedeu um pouco ontem, mas para nós tudo isso é bom, importante”, ensejou, atribuindo o retrocesso a mais um requerimento de convocação para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) rejeitado pela ampla maioria governista no colegiado.
Guerra criticou a morosidade das investigações da comissão, que foi instalada há pouco mais de um mês. “É importante que haja movimento, mas a gente quer mesmo saber dos resultados, saber se vão aparecer ou não os documentos que têm informação sobre o Planalto.”
O senador pernambucano acredita que, mesmo que a CPI não tenha o desempenho almejado pela oposição, terá alguma utilidade – como, por exemplo, aprovar um requerimento de quebra de sigilo das contas da Presidência da República. “É outra forma de criar constrangimento e pressão. O que vai acontecer eu não tenho condições de responder agora”, concluiu. (Fábio Góis)
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