O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou há pouco que vai trabalhar para “facilitar todas as investigações” em relação às denúncias envolvendo servidores do Senado. A Polícia Federal e o Ministério Público conduzirão essas investigações.
Conforme revelou hoje (6) com exclusividade o Congresso em Foco, o Ministério Público Federal (MPF) quer anular a terceirização do serviço de taquigrafia nas comissões do Senado. Em ação civil pública, o procurador da República Rômulo Moreira Conrado pede o cancelamento do contrato de R$ 2,2 milhões assinado em janeiro de 2006 com a Steno do Brasil, especializada em estenotipia, a transcrição de arquivos de áudio por meio eletrônico. (leia mais)
Por sua vez, reportagem publicada no jornal Correio Braziliense revela que empresários negociaram um esquema de fraudes em licitações milionárias no Senado que contou com informações privilegiadas repassadas por funcionários da Casa. As empresas descobriam quem estava interessado em determinada concorrência e teriam feito acordos com compensações financeira com servidores do Senado.
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Garibaldi ressaltou que se empenhará para que “nada falte à investigação”. “Não há risco de omissão de informação. Isso eu não vou permitir”, assegurou o senador potiguar.
Conforme avaliou Garibaldi, o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, só perderá as condições de continuar no cargo se, no curso das investigações, “for comprovado seu envolvimento”.
O presidente também afirmou que uma das prioridades do seu mandato, “que não é longo”, é a realização de concurso público. O parlamentar, no entanto, admitiu que o concurso previsto para este ano “não é suficiente” para preencher todas as vagas que o Senado precisa. “Mas temos que nos adequar a realidade orçamentária e financeira”, explicou.
Ficha-suja
Em relação ao julgamento desta tarde no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode proibir os candidatos que respondem a processo na Justiça a disputar eleições, Garibaldi avalia que o episódio revela “uma certa omissão” do Congresso. “A Casa deveria ser mais contundente nesse sentido”, afirmou. O peemedebista explicou que, apesar de ser o presidente do Congresso, e de existirem projetos dessa natureza em tramitação na Casa, não é ele quem define a pauta de votações.
Segundo Garibaldi, políticos com condenações graves na Justiça “não tem o direito” de disputar votos em eleições. “Não posso tapar o sol com a peneira. Eu sei que algumas coisas que digo desagradam, mas algumas coisas precisam ser ditas.” (Rodolfo Torres)
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