Contrariado com a ameaça dos oposicionistas de obstruir as votações já na primeira sessão deliberativa do ano por causa da disputa pelo comando da CPI dos Cartões, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), endureceu o discurso com a oposição. Durante reunião realizada esta manhã com os líderes partidários, Garibaldi condicionou o andamento de itens considerados prioritários pelas bancadas do PSDB e do DEM à imediata retomada das votações.
Os oposicionistas ameaçam obstruir as votações caso os governistas não abram mão da relatoria da CPI mista dos Cartões Corporativos. A tendência é que o relator seja um deputado petista. Já a presidência deve ficar com um senador peemedebista.
“Se vocês vão obstruir já no primeiro dia, me sinto desobrigado a cumprir a pauta de reivindicações que me apresentaram”, disse o presidente do Senado, conforme relato de participantes da reunião. Garibaldi se referia, basicamente, a dois pontos levantados pela oposição em dezembro como contrapartida para apoiar sua candidatura à sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL).
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O primeiro deles, aliás, não depende de votação. Trata-se da possibilidade de o presidente do Congresso determinar o rodízio, entre governo e oposição, na relatoria das comissões parlamentares de inquérito.
O compromisso de estabelecer esse revezamento também havia sido assumido pelo senador durante sua campanha à presidência do Senado. Como a CPI das ONGs, em andamento na Casa, é relatada por um governista, a CPI dos Cartões Corporativos deveria ser conduzida agora por um relator da oposição, argumentam os oposicionistas.
O outro ponto a que se referiu Garibaldi é a inclusão do projeto de resolução que prevê o afastamento preventivo de integrante da Mesa Diretora, do Conselho de Ética e de presidente de comissão em caso de abertura de processo de perda de mandato. A proposta, apresentada pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) no auge da crise Renan, é um dos principais itens da pauta de hoje (12) do plenário.
A ameaça de Garibaldi, segundo outra fonte que participou da reunião, surtiu efeito: a oposição deve adiar, pelo menos por enquanto, a obstrução às votações no Senado. (Lúcio Lambranho e Edson Sardinha)
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