Roseann Kennedy
A oposição conseguiu aprovar, nesta quarta-feira (11), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado requerimentos para ouvir ex-integrantes da Previ – o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Vão ser convidados a depor o ex-presidente da instituição Sérgio Rosa e o ex-gerente executivo do Fundo Gerardo Xavier Santiago.
A tentativa dos oposicionistas é de investigar denúncia de Xavier publicada na revista Veja, de que a Previ seria uma “fábrica de dossiês” do PT contra adversários políticos.
Também foi aprovado convite ao corregedor-geral da Receita Federal, Antônio Costa D’Ávila, para falar sobre a apuração da violação dos dados do imposto de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas.
A aprovação ocorreu em pleno recesso branco do Congresso Nacional. Ou seja, no período de esvaziamento da Casa. Estrategicamente, porque não haveria resistência da base governista. Só havia um integrante da base do governo na CCJ na hora da reunião.
E se o caso não ganhou holofote nesta quarta, sinceramente não parece fazer diferença para a oposição. Primeiro porque a ideia inicial é apenas manter o assunto em pauta, sem grande expectativa de que haverá avanço na investigação do caso. Segundo porque basta observar a data em que se pretende ouvir os convidados, no dia 31 de agosto, para perceber que a intenção é garantir pauta político/eleitoral no próximo período de esforço concentrado do Congresso.
Muito embora as conversas de bastidores com os tucanos deixem claro que eles não acreditam que isso tenha reflexo direto na opinião do eleitorado ou gere alteração na campanha eleitoral.
Fora tudo isso, vale observar que estamos falando de convites. Portanto, nenhum deles é obrigado a comparecer. A servidora da Receita, Antônia Aparecida Silva, por exemplo, suspeita de ter quebrado o sigilo fiscal de Eduardo Jorge, não aceitou o convite. Apenas enviou carta à CCJ informando que a senha dela foi usada por terceiros.
Então, apesar da gravidade das denúncias – que são negadas veementemente pelo PT – os convites são mera fumaça, numa tentativa da oposição de não deixar o caso dos “dossiês” virar cinza e se perder no tempo novamente sem conclusão da apuração.
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