Depois do depoimento do advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho, o Conselho de Ética do Senado ouviu Cláudio Gontijo, funcionário da construtora Mendes Júnior, que pagou durante um período, a pedido do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pensão à jornalista Mônica Veloso. Considerado lobista da Mendes Júnior, Gontijo recusa o título, que, no seu entender, prejudica sua reputação.
"Minha função é gerente de desenvolvimento de mercado, e tenho muito orgulho da empresa onde trabalho e onde estou há 15 anos", afirmou. Cláudio Gontijo diz que repassou o dinheiro do senador à Mônica, “inicialmente por meio de depósitos, depois pessoalmente”. “Eu mesmo fiz esses depósitos. Guardei durante muito tempo os comprovantes, mas achei que não era papel para ser guardado e eu os destruí”, disse.
Cláudio Gontijo acrescentou que conheceu a jornalista, por intermédio de Renan Calheiros, em “março ou abril de 2003”, quando eles começaram a relação. “Eu combinava de almoçar com ela, conversar”, disse. Mônica, em entrevista à revista Veja, afirmou que não tinha relação de amizade com o lobista.
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Renan, segundo Gontijo relatou, teria dito que não poderia ficar se encontrando com ela depois da gravidez, e falou que o executivo da Mendes Júnior seria um “mensageiro”, tanto dela quanto dele. “Conhecia a relação entre os dois, e foi natural ele ter me delegado essa missão. Fui guardião de um segredo que não compartilhei com ninguém”, garantiu.
Cláudio Gontijo disse ter conhecido Renan Calheiros logo quando chegou a Brasília, em 1987. Segundo ele, depois que se separou da mulher, foi acolhido pela família de Calheiros, principalmente por Verônica, mulher do presidente do Senado. “Para mim, era uma casa de família”, afirmou. (Lucas Ferraz)
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