O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) afirmou que aceita disputar a presidência da Câmara pela “terceira via”, mas impôs condições para lançar a candidatura. Pressionado por parlamentares para entrar na briga, Fruet não quer ser uma “anticandidatura” apenas para fazer oposição a Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
O tucano admite concorrer ao posto, mas para isso exige uma campanha com alguma viabilidade. Segundo matéria do G1, Fruet avalia que seu nome deve ser lançado para conquistar o mínimo de 15% dos votos da Câmara, ou seja, 75 dos 513 deputados. "A partir daí, teria alguma viabilidade", comentou.
A iniciativa de lançar o tucano na disputa partiu de dois dos principais articuladores da terceira via, os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE). Depois de um almoço, ontem (13), os parlamentares decidiram ligar para Fruet a fim de convidá-lo a ser o representante do movimento alternativo.
Para Gabeira e Jungman, somente um nome do PSDB conseguirá impulsionar uma terceira candidatura. Em resposta, Fruet disse que não pretende apostar toda “uma vida política pela frente” numa disputa onde não tenha chances. "Não tem sentido só marcar posição. Tem que ser uma candidatura afirmativa, a favor da Câmara", afirmou o deputado.
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O tucano ainda salientou que precisa contar com o apoio do grupo de deputados do PSDB que fazem oposição à decisão do partido em ficar do lado de Chinaglia. "Não é uma linha de contestação ao PSDB, porque o partido não tem decisão oficial já que não houve reunião de bancada", comentou. Para Fruet, é necessário que pelo menos 20, dos 66 tucanos, defendam seu nome.
Para o deputado, também é importante ouvir alguns caciques do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique. Para tanto, Fruet pediu ao deputado eleito Paulo Renato (PSDB-SP) que tentasse conversar com o ex-presidente. O paranaense deseja ganhar força antes de entrar na disputa, uma vez que acredita na liderança do adversário.
“O Chinaglia vai trabalhar para vencer no primeiro [turno], mas a tendência é que haja segundo turno. Nada contra a pessoa do Chinaglia, com quem tenho um diálogo bom, mas acredito que, num segundo turno, todos se aglutinem contra ele. É um processo natural", disse.
Aldo e terceira via juntos
Os parlamentares da chamada "terceira via" ainda não decidiram o nome do candidato à presidência da Câmara, mas já estão articulando uma aliança com o atual presidente Aldo Rebelo (PCdoB) para um eventual segundo turno contra o petista Arlindo Chinaglia (SP). A crise instaurada no PSDB após o anúncio do líder, Jutahy Júnior (BA), de apoio a Chinaglia sucedida pelas críticas de FHC e do presidente do partido, Tasso Jereissati, deu novas foças aos outros candidatos. Com isso, os grupo de deputados do PV, PPS e PSB que defendem um nome alternativa se movimentaram para tentar desgastar a candidatura petista.
Em matéria publicada pelo G1, um dos interlocutores do acordo entre o Aldo e a terceira via afirma que Chinaglia se tornou um "inimigo em comum" dos dois grupos. Segundo esses parlamentares, a união antecipada das duas forças favorece apenas Chinaglia, dando-lhe possibilidades de vencer ainda no primeiro turno. Motivo pelo qual, eles só se aliarão na segunda etapa. "A candidatura da terceira via pode ser importante porque estabelece um papel de fiscalização e compromisso com a Câmara. Mas nossa expectativa, e certamente isso deve acontecer, é que estejamos juntos no segundo turno", disse o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ).
Dois dos principais interlocutores da terceira via, Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ) têm demonstrado afinação com Rodrigo Maia, com quem têm conversado. "O futuro da terceira via é ter candidato e disputar, mas acho que tudo favorece para uma unidade no segundo turno, seja qual candidato for para a disputa com o Chinaglia", afirmou Jungmann.
Apesar de se mostrarem abertos ao nome de Aldo, o grupo não desistirá de lançar a candidatura ainda nesta semana. "Em política, nunca descartamos nada. A nossa intenção é lançar um nome para defender nosso programa, principalmente sobre o aumento salarial. Vamos esperar um pouco. Precisamos conversar primeiro nesta semana", disse Gabeira.
Fruet pode ser opção da terceira via
O grupo de parlamentares que defendem a chamada “terceira via” para a presidência da Câmara apostam no racha tucano para fortalecer o próprio movimento. O principal motivo de otimismo se dá justamente porque cerca de 20 deputados do PSDB discutirão, na próxima terça-feira (16), se lançarão a candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).
Segundo matéria do Estado de São Paulo, a terceira via ainda pensa nos nomes dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP) para entrar na disputa. O grupo afirma defender a moralização da Câmara, a reestruturação do Conselho de Ética, redução de medidas provisórias e não viabilização do aumento salarial dos congressistas.
“Embora esteja em sintonia com o que julga ser o clamor das ruas, a terceira via tende mais a marcar posição de protesto do que ameaçar a vitória dos candidatos governistas na disputa da Câmara. Além de não contarem com o apoio integral do PSDB, o movimento moralizador não conseguiu convencer o PFL a integrar suas fileiras”, afirma o repórter Expedito Filho na matéria.
A decisão do PFL será de apoiar a reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Sem o apoio tucano, a candidatura de Chinaglia ficaria mais frágil, podendo fortalecer o nome do comunista.
Longe de uma solução no PSDB
A reversão do apoio tucano à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara será mais difícil do que se esperava. O deputado licenciado Custódio Mattos (PSDB-MG) – aliado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves – disse ser contra o pedido de revisão solicitado pelo grupo do presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e do ex-presidente da República, Fernando Henrique.
Segundo matéria do Estado de São Paulo, isso é um sinal claro do racha no partido e da complexidade de uma solução. “Os governadores Aécio Neves e José Serra foram os patrocinadores do acerto com Chinaglia, em troca de postos para aliados na Câmara e de apoios nas Assembléias Legislativas – inclusive na Bahia, de Jutahy, onde o partido tem apenas dois deputados e deve ficar com a presidência.” (leia mais sobre a crise tucana)
Custódio Mattos, que voltará à Câmara na próxima legislatura após ser secretário de Desenvolvimento Social de MG, defende que a decisão do líder do partido na Câmara, Jutahy Júnior (BA), atendeu a proporcionalidade na Casa. ‘Se não respeitamos a proporcionalidade, não teremos vida parlamentar, não teremos ninguém na Mesa nem nas comissões’, argumentou.
Segundo Custódio, não existe interesses estaduais no acordo. Principalmente em Minas, onde “90% de apoio na Assembléia” garante a governabilidade local, sendo desnecessário qualquer acerto nacional.
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