A Agência Estado publicou há pouco imagens de pilhas de reais e dólares sobre uma mesa que seriam usados na compra de um dossiê contra os candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin durante a campanha eleitoral. Segundo a agência, as fotos foram entregues esta manhã na sede do jornal O Estado de S. Paulo.
O dinheiro (US$ 248,8 mil mais R$ 1,168 milhão), apreendido pela Polícia Fedral no último dia 15 em um hotel na capital paulista, estava com os petistas Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha e seria usado na compra do dossiê que ligaria tucanos ao esquema dos sanguessugas.
Por determinação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a Polícia Federal não havia permitido a divulgação de qualquer imagem do dinheiro, o que gerou críticas da oposição, que acusou a PF de proteger o governo Lula. Bastos disse que as fotos poderiam ser usadas de forma eleitoreira caso fossem divulgadas à imprensa. Clique aqui para ver as imagens na Agência Estado. Procurada pelo Congresso em Foco, a assessoria de imprensa da campanha do candidato Lula disse que não se manifestaria sobre o assunto. (Edson Sardinha)
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Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a divulgação das fotos que seriam do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha não interferirá na corrida presidencial.
Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro atribuiu a divulgação a uma armação do PSDB e comparou o caso a fatos ocorridos em campanhas. Como exemplo, Tarso citou o aparecimento de cartazes com fotos com os seqüestradores do empresário Abílio Diniz trajando camisetas do PT, que apareceram às vésperas do pleito de 1989.
O caso da divulgação dos recursos apreendidos na empresa Lunus, cujo sócio era o marido de Roseana Sarney (PFL-MA) em 2002, também foi lembrado pelo ministro. Na última eleição, a divulgação das fotos do caso Lunus fez Roseana retirar sua candidatura à Presidência.
"Isso é articulação de alguém do PSDB com pessoas da Polícia Federal que desrespeitaram o segredo de justiça do processo", afirmou Tarso Genro. O ministro voltou a vincular o esquema de compra de dossiês com a candidatura ao governo paulista. "Essa questão nada tem a ver com o presidente Lula, nada tem a ver com a candidatura a presidente. É um fato circunscrito a São Paulo. Temos confiança é que ganharemos no primeiro turno", disse Tarso.
Na opinião do ministro nem o escândalo da compra de dossiês conseguirá abalar a candidatura de Lula. "Este fato nada tem a ver com o presidente, não tem a ver com a eleição nacional e não atinge a estabilidade de votação que o presidente está mantendo apesar de todos os pesares", argumentou.
Ao contrário do procedimento de praxe, a Polícia Federal estava mantendo as fotos do dinheiro apreendido em sigilo, o que levou a críticas da oposição de que a PF estaria protegendo os petistas. (Soraia Costa)
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