O deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo na Câmara, afirmou há pouco ao Congresso em Foco que a oposição está agindo de forma "irracional". Segundo o petista, as tentativas da oposição de impedir a votação da PEC 558/06, que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), é uma contradição.
A discussão da proposta já começou no plenário da Câmara, após o governo revogar a última medida provisória que trancava a pauta da Casa. A oposição já apresentou requerimentos para adiar a discussão da matéria. O líder do PSDB, deputado Antônio Carlos Pannuzio (SP), sugeriu que a votação fosse adiada por dez dias, para que os parlamentares pudessem consultar suas bases.
O deputado Chico Alencar (RJ), líder do Psol na Câmara, defendeu o adiamento. Para ele, a “manobra” do governo de limpar a pauta para que a proposta da CPMF fosse analisada hoje “apequena” o Congresso. “Não podemos ser instrumento de manobra”, disse o deputado fluminense.
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Para Fontana, "a oposição age pela lógica do quanto pior melhor". O petista afirma que, além de ter criado a CPMF, a oposição ficou oito anos no governo e não acabou com o tributo. "Se fosse tão fácil terminar com a CPMF eles teriam feito" afirmou.
Fontana afirma que parte da oposição tenta inviabilizar programas de governo que estão sendo implantados no país. E aproveitou para alfinetar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria dado declarações afirmando que se a CPMF for aprovada, o presidente Lula elegerá seu sucessor.
"O que está em debate agora não é a sucessão presidencial, mas as necessidades do país, como investimento em infra-estrutura e melhorar o total de orçamento previsto para a saúde", afirmou Fontana. Mas como todos os representantes do governo, ele afirmou que o programa de desoneração tributária vai continuar.
Rebatendo às críticas de que o PT também está agindo de maneira incoerente, já que votou contra a implantação da CPMF, Fontana afirma que a experiência de governo fez o PT mudar. "Ao ter aprendido a experiência de governo, o PT percebe hoje que retirar 7% da arrecadação do país seria impossível", concluiu. (Ana Paula Siqueira e Rodolfo Torres)
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