Eduardo Militão
A Folha de S. Paulo rebateu as críticas do ministro Franklin Martins. Em entrevista à TV Congresso em Foco, ele citou reportagens do jornal como exemplos de que os órgãos de imprensa “perderam a noção do que é certo e do que é errado”.
Um dos exemplos foi um suposto título da Folha a respeito do acidente do avião da TAM em São Paulo, em julho de 2007: “Governo assassinou 200 pessoas”. A Folha informou em mensagem ao Congresso em Foco que jamais usou esse título. “Na verdade, a Folha nunca publicou tal título. O jornal publicou um artigo assinado, de opinião, cujo título era ‘O que ocorreu não foi acidente, foi crime’ (veja em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1907200743.htm)”, disse o jornal. Por isso, segundo a Folha, a afirmação de Franklin não se sustenta.
Franklin Martins reclamou que o jornal não pediu desculpas quando se descobriu que o acidente ocorreu não por culpa do governo (acusado de ser incapaz de administrar com eficiência os aeroportos e o tráfego aéreo), mas por causa de problemas com o avião. A Folha respondeu: “No mesmo dia citado, a manchete do jornal foi ‘Mortes de tragédia chegam a 192; Infraero cogita falha mecânica’. Ou seja, a hipótese de problema no avião estava contemplada desde a primeira hora”.
O ministro criticou ainda a divulgação de uma ficha falsa atribuída à então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), por suposta participação em crimes cometidos durante a ditadura militar. Franklin Martins entende que o jornal deveria pedir desculpas pelo erro.
Em resposta, a Folha informou: “No dia 25 de abril de 2009, o jornal publicou o texto ‘Autenticidade de ficha de Dilma não é provada’, que começava da seguinte maneira: ‘A Folha cometeu dois erros na edição do dia 5 de abril, ao publicar a reprodução de uma ficha criminal relatando a participação da hoje ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-85). O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era o ‘arquivo [do] Dops’. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada – bem como não pode ser descartada’.”
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