Um auditor preso acusado de fraudar a Receita estadual do Paraná diz que usou R$ 20 mil do dinheiro arrecadado no esquema de corrupção para comprar divisórias de compensados instaladas no comitê da campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), no ano passado. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Luiz Antônio Souza apresentou ao Ministério Público cópias das notas fiscais da compra. Uma delas, ao qual o jornal teve acesso, aponta o valor de R$ 5.700, cita o CPF o auditor como destinatário e o endereço do comitê de campanha do PSDB como local de entrega.
Luiz Antônio e outros 14 auditores e funcionários públicos são acusados de cobrar propina de empresários em troca da redução ou anulação de dívidas tributárias. As 62 pessoas denunciadas pela Promotoria são acusadas de causar prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres públicos nos últimos dez anos.
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Em sua delação premiada, o auditor contou que repassou R$ 2 milhões da propina para a campanha de Richa. O governador desqualificou a acusação, dizendo que era “coisa de bandido”. Luiz Antônio está preso e responde a nove processos também por exploração sexual de menores.
De acordo com a Folha, o delator disse aos promotores que os repasses foram feitos por determinação do então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio de Albuquerque Lima, apontado como líder do esquema. Quem fez o pedido a Márcio, segundo Luiz Antônio, foi Vitor Hugo Boselli Dantas, então chefe da campanha tucana em Londrina.
Em nota à Folha, o PSDB paranaense afirmou que “não reconhece a veracidade da alegada despesa”. “A coordenação da campanha eleitoral do PSDB não encomendou o referido material, não autorizou e nem recebeu qualquer nota fiscal referente ao alegado serviço”, responderam os tucanos.
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