A dupla que aparece no vídeo pornográfico divulgado na última terça-feira (5) pelo presidente Jair Bolsonaro se manifestou publicamente pela primeira vez. Em manifesto (veja a íntegra mais abaixo) distribuído por seus advogados nesta quinta-feira (7), os dois jovens dizem que não estavam em “um fervo imoral de carnaval”, como sugeriu o presidente, mas praticavam um “ato político”.
“Era uma performance, ato de cunho artístico, planejado, com intuito de comunicar uma mensagem de artistas. Nossa performance, portanto, é ATO POLÍTICO. Um ato contra o conservadorismo e contra a COLONIZAÇÃO dos nossos corpos e nossas PRÁTICAS SEXUAIS”, escreveram. Eles não quiseram ter a identidade revelada por temor de retaliação. “NÓS JÁ COMEÇAMOS E NÃO VAMOS PARAR. Não daremos nenhum passo atrás”, sustentam.
Crítica a blocos
A gravação publicada na conta oficial de Bolsonaro no Twitter mostra um dos dois homens dançando sobre um ponto de táxi. Ele introduz, aparentemente, o dedo no ânus enquanto dança. Na sequência, o outro jovem urina na cabeça dele. O episódio ocorreu na última segunda-feira (4) em um bloco chamado Blocu, no centro de São Paulo.
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A divulgação das imagens rendeu uma série de críticas ao presidente, entre elas, a de que o seu comportamento foi incondizente com o cargo que ocupa e a de que ele expôs o país ao usar um acontecimento isolado para atacar, de maneira genérica, o Carnaval. “Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões”, publicou o presidente junto com o vídeo.
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Golden shower
Mesmo com a repercussão negativa da publicação, Bolsonaro voltou ao Twitter para perguntar o que era “golden shower”, fetiche sexual que consiste em urinar na frente ou sobre o parceiro. A hashtag #presidenteGoldenShower foi parar na lista dos assuntos mais comentados da plataforma nessa quarta, ao lado de #ImpeachmentBolsonaro e #BolsonaroTemRazão – esse em favor do presidente. Ainda ontem o Planalto divulgou uma nota negando que Bolsonaro tenha tido a intenção de criticar de maneira genérica o Carnaval.
No manifesto, os dois se apresentam como “bixas”, integrantes de uma produtora pornográfica chamada EDIY. Segundo eles, Bolsonaro descontextualizou a a apresentação. “O PORNOSHOW é uma prática de performance, dança e pornô contra a pornografia tradicional, que COLONIZA e encolhe nossa sexualidade. Nossos corpos e desejos dissidentes rompem com os papéis de gênero machistas e misóginos que enxergam os corpos feminilizados como buracos”, afirmam. “Nossos desejos NÃO DIALOGAM com o sistema sexo-produtivo do CIS-heterossexismo, masculino e branco. Em tempo: não somos homens, somos BIXAS”, reforçam.
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Liberdade de expressão
De acordo com a dupla, Bolsonaro divulgou o vídeo para atacar o Carnaval porque foi um dos principais alvos dos blocos carnavalescos pelo país. “O presidente, frente à enxurrada de críticas nos carnavais de todo país, preferiu produzir outra cortina de fumaça nas redes. Afinal, é mais importante fiscalizar o cu alheio (literalmente) que tratar de administrar o país e dar melhores condições de vida para quem precisa”, alegam. “Agradecemos pela divulgação e nos colocamos abertamente a favor do seu impeachment”, emendam.
Responsáveis pela divulgação do manifesto, os advogados Flavio Grossi e Cynthia Almeida Rosa, afirmam que os jovens não cometeram qualquer crime no episódio e apenas exerceram sua liberdade de manifestação cultural e artística. “Nesse sentido, é de se ressaltar que a performance retratada no dito vídeo está amparada constitucionalmente e qualquer esforço em desqualificá-la, reprimi-la ou reprová-la pode ser enquadrada como ato de censura”, dizem por meio de nota (veja a íntegra mais abaixo). Os dois textos abaixo foram divulgados em primeira mão pela Folha de S.Paulo.
Veja a íntegra do manifesto:
“MANIFESTO GOLDEN SHOWER
Ao contrário do que disse o presidente da República, o vídeo que ele tuitou não era “um fervo imoral de carnaval”. Era uma performance, ato de cunho artístico, planejado, com intuito de comunicar uma mensagem de artistas. Nossa performance, portanto, é ATO POLÍTICO. Um ato contra o conservadorismo e contra a COLONIZAÇÃO dos nossos corpos e nossas PRÁTICAS SEXUAIS.
Nós somos a EDIY, uma produtora pornográfica que trabalha a partir de corpos e desejos desviantes. O PORNOSHOW é uma prática de performance, dança e pornô contra a pornografia tradicional, que COLONIZA e encolhe nossa sexualidade. Nossos corpos e desejos dissidentes rompem com os papéis de gênero machistas e misóginos que enxergam os corpos feminilizados como buracos. Nós estamos ao lado da imoralidade de vidas ditas como irrelevantes e matáveis. Somos os corpos não docilizados da escatologia social. Nossos desejos NÃO DIALOGAM com o sistema sexo-produtivo do CIS-heterossexismo, masculino e branco. Em tempo: não somos homens, somos BIXAS.
Apesar de surpresas com a repercussão do registro da nossa performance, a PORNOSHOW, é importante contextualizar a ação que o presidente e sua turma tiveram acesso via Twitter. Ela é uma resposta ao retrocesso moral e institucional que avança desde o dia de sua posse, porque estamos CANSADAS.
O presidente, frente à enxurrada de críticas nos carnavais de todo país, preferiu produzir outra cortina de fumaça nas redes. Afinal, é mais importante fiscalizar o cu alheio (literalmente) que tratar de administrar o país e dar melhores condições de vida para quem precisa. E nós, a população brasileira, merecemos RESPEITO independente das práticas sexuais, das identidade de gênero, de raça e de classe.
Já que o presidente nos viralizou, propomos uma discussão sobre práticas sexuais não hegemônicas e hegemônicas. Não esperem que transemos para reprodução, tampouco que nos digam como devemos transar. Não estamos aqui para falar o que é certo, errado, ou impor qualquer coisa. Queremos RESPEITO E DIREITOS IGUAIS.
Agradecemos pela divulgação e nos colocamos abertamente a favor do seu impeachment. Os ataques a direitos historicamente conquistados, a licença para matar conferida contra as populações indígenas, invisibilização de populações marginalizadas como nós LGBTTQIAN+, os ataques às mulheres cis e trans e à população negra, quilombola e com diversidade funcional o justificam. Pois estamos sendo MORTAS e nossos direitos sendo violados.
MAS NÓS JÁ COMEÇAMOS E NÃO VAMOS PARAR. Não daremos nenhum passo atrás. Para encerrar a polêmica sobre o carnaval, estamos de acordo com Leandro Vieira, carnavalesco da vitoriosa Mangueira: “O carnaval é a festa do povo, é cultura popular. Não é o que ele acha que é. Ele devia mostrar para o mundo o carnaval da Mangueira, da arte e da luta.”
#ImpeachmentBolsonaro #goldenshower #pornoLGBT+
NOTA DOS ADVOGADOS
O vídeo em que se exibe a prática conhecida como ‘golden shower’, tuitado de forma irresponsável e carente de embasamento técnico pelo Senhor Presidente da República se trata, na verdade, de uma performance artística ocorrida no carnaval de rua, em São Paulo. Os artistas o fizeram de forma articulada, visando um manifesto cultural, dentro dos limites da legalidade.
Cabe alertar o sr. Presidente que o Carnaval é uma festa do povo e para o povo, cultivada desde o período colonial, inclusive com notável caráter político, tendo se prestado como veículo da insatisfação popular com seus governantes em muitos momentos. Estado Democrático de Direito que –ainda– somos, a Carta da República garante, em seu artigo 5º, inciso IX, a liberdade de manifestação cultural e artística. Nesse sentido, é de se ressaltar que a performance retratada no dito vídeo está amparada constitucionalmente e qualquer esforço em desqualificá-la, reprimi-la ou reprová-la pode ser enquadrada como ato de censura.
Diante da postura incompatível com a solenidade exigida do Presidente da República, que no Brasil acumula as funções de chefe de governo e de chefe de Estado, que infla sentimento de repúdio a LGBTs, e da repercussão dos fatos, os artistas apresentam seu manifesto.
Flavio Grossi e Cynthia Almeida Rosa, advogados, representantes dos artistas”
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Putz, e eu achando que era que era uma perversão sexual… era uma manifestação artística.
“Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Pena – reclusão, de seis a dez anos”.
deveriam ser presos. Ato politico p!@#$% nenhuma.
Onde você viu o constrangimento violento ou ameaçador à prática de ato libidinoso, numa performance artística, realizada sobre uma marquise, num contexto festivo, de adultos?
Não discuto com gente como vc!
Estamos mal de ato politico.Mas vai ter quem acredite ou faça de conta acreditar.
Vou dizer o que penso : um queria copular com o outro sim em público e não tem nada de ato político planejado.
Queriam dar um pro outro sim.
Que história mais estapafúrdia é essa de ato planejado ? Aceitar ser mijado na cabeça ? Conta outra história.
Qual a parte de performance artística que você não entendeu?
Concordo, pois a imoralidade e o ódio são as ferramentas dos ditos “progressistas”.
Quem está destilando ódio, aqui….são os progressistas?
Encontraram uma forma nojenta de se promoverem, e o Bozo colaborou prá isso.
Já que a matéria não é assinada por nenhum jornalista, o proprietário, Sr. Silvio Costa me parece ser o responsável pela matéria.
Gostaria de saber dele o que pensam sobre esse “ato politico”, as seguintes pessoas:
> Gleisi Hoffman
> Artistas Globais
> Paulo Pimenta
> Alessandro Molon
> Jandira Feghali
> Erika Kokay
> Folha de São Paulo
etc, etc, etc.
Enfim, todos os de ideologia esquerdista.
Carnaval é isso e qualquer manifestação em que se repudie a liberdade do folião é ato de censura e intolerância, portanto deve ser banida pela sociedade.Carnaval é festa popular, arte milenar , não foi inventado hoje . Quem gosta, vai prá folia, quem nega, siga pra um retiro…
NOJENTOS, IMORAIS, PORCOS.
Dois escrotos ao ponto de chamar essa podridão de ARTE.
Qual é tua formação em Arte?
Artistas? Manifesto cultural? Enfiar o dedo no rabo caracteriza “notável caráter político”? Urinar um no outro é um “veículo da insatisfação popular”? A audácia desses advogados é impressionante! Nem Kakay, nem Cristiano Zanin conseguem juntos superá-los em cinismo e descaramento.
Sabia que um dos atores tem doutorado em Teatro, numa Universidade Argentina?
ESCÓRIA, VERMES, LIXO….