O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quinta-feira (27) que o banco não está sofrendo nenhuma exposição a risco pode ter financiado empresas investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura corrupção na Petrobras. A declaração foi dada durante sessão da CPI do BNDES.
Ele disse aos deputados que o banco adotou um procedimento “de grande cautela, dentro da lei” em relação às empresas investigadas que possuem operações com o BNDES. Segundo ele, todas as operações de empréstimos foram reexaminadas quanto às condições de rating (classificação de risco) e da capacidade econômico-financeira de cada empresa.
Em resposta ao deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), autor do requerimento para convite de Coutinho à CPI, ele explicou que o BNDES não tem exposição direta a empreiteiras. “A exposição é a projetos onde eventualmente essas empresas podem ser sócias, junto com outras, em sociedades de propósito específico [SPEs]”, disse Coutinho. As SPEs são sociedades empresariais formadas para a execução de determinado empreendimento.
Algumas empresas, que ele disse que só citaria em uma reunião reservada da CPI, não podem mais operar com o banco. Mas ele afirmou que cada caso precisa ser analisado para saber se o CNPJ investigado pela Operação Lava Jato está envolvido em práticas de corrupção. “Temos que dar um tratamento cauteloso, caso a caso, dentro da lei e dentro dos normativos que somos obrigados a atender”, afirmou.
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Política
PublicidadeCoutinho também negou influência política nas operações de concessão de crédito do BNDES. Ele explicou que todas as operações externas do banco passam por uma avaliação de risco do país beneficiado, segundo Coutinho.
“As decisões do banco são pautadas por um processo rigorosamente impessoal, sem qualquer motivação política”, disse Coutinho em resposta à pergunta do relator da comissão, deputado José Rocha (PR-BA).
Ele disse que as operações com Angola e Cuba, antes classificadas como secretas, por decisão ministerial, foram “desclassificadas” e estão disponíveis no site do BNDES.
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