O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) participou neste domingo (17) de almoço com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), a governadora interina de Pernambuco, Luciana Santos (PC do B), o deputado federal João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos (PSB), e a viúva de Eduardo, Renata Campos.
O evento aconteceu antes do petista participar do festival Lula Livre, que contou com atrações musicais como Francisco El Hombre, Marcelo Jeneci, Odair José e Mundo Livre SA.
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O deputado João Campos negou ao Congresso em Foco que as eleições municipais de 2020 estiveram entre os assuntos discutidos no almoço. João Campos é pré-candidato pelo PSB à Prefeitura do Recife.
“Pode ter uma aliança [entre PSB e PT], agora isso não foi discutido no encontro de hoje, isso não foi debatido. Foi uma visita de Lula ao estado, comemorar a liberdade dele, passou 580 dias preso injustamente devido a um processo conduzido de forma incorreta, hoje isso foi o foco. Isso vai ser tratado ano que vem em relação a eleição e aliança”, disse o deputado.
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O congressista do PSB ressaltou que o diálogo foi mais de cunho pessoal do que eleitoral. “Ninguém falou de eleição, fomos dar um abraço de solidariedade, gratidão ao presidente por ter ido a Pernambuco, o momento que o Brasil está passando, conjuntura, foi um negócio mais na política e na questão pessoal de proximidade e carinho que a gente sempre teve com ele”
Após o almoço com dirigentes do PT, PSB e PC do B no estado, o ex-presidente Lula participou de encontro com a bancada pernambucana no Congresso Nacional
“Fomos convidados pela vice-governadora Luciana Santos, que é presidente nacional do PC do B também, ela convidou os dirigentes do PSB, PC do B e o almoço foi com isso e em seguida teve um encontro com deputados federais de Pernambuco”, disse João Campos.
O deputado de primeiro mandato é filho de Eduardo Campos, governador de Pernambuco por dois mandatos e ministro da Ciência e Tecnologia durante o governo de Lula. Ele morreu em um acidente aéreo em 2014 quando era candidato nas eleições presidenciais.
Lula disse na reunião da executiva nacional do PT, na última quinta-feira (14), em Salvador (BA), que a legenda “vai polarizar” nas próximas eleições.
“Não existe tradição de partido no Brasil como o PT. No Brasil, a tradição é sobretudo de partidos locais, regionais. Não tem partido nacional como o PT. É por isso que nós vamos sim polarizar . Se o PT tiver um candidato à altura, o PT vai polarizar. Eles não conseguirão tirar o PT da disputa eleitoral desse país, com Lula ou sem Lula”, afirmou.
Ao comentar essa declaração, o deputado do PSB disse acreditar que há um diálogo entre as legendas e que ele vai se manter com a condução dos dirigentes partidários.
“As frentes progressistas vem fazendo um trabalho de mais de dois anos, de 15 em 15 dias se reúnem nas fundações, partidos, os presidentes dos partidos têm conversado, os líderes de bancada, presidentes de fundação. Tem que continuar com esse ambiente e tomar decisões entre esses partidos. Agora se um partido quiser tomar uma decisão divergente, pode tomar, que cada um construa como acha. O que vem sendo construido é o que deve ser mantido, que é esse diálogo entre presidentes de partidos, fundação, para discutir não só eleição, mas o Brasil”, falou.
Sobre a atuação do PT, PSB e outros partidos de oposição a Jair Bolsonaro no Poder Legislativo, o congressista afirmou que os desafios continuam os mesmos de antes de Lula ser solto:
“Acho que a esquerda ainda tem o mesmo desafio de construir uma unidade em torno de um projeto que vem desmontando conquistas importantes de Brasil. O que está aí nós discordamos e tem feito mal, desmontado áreas estratégicas. Isso do Guedes por exemplo querer taxar seguro-desemprego é uma coisa completamente absurda, afrontas muito grandes às classes mais vulneráveis do nosso país”.
Lula ficou preso por 580 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O petista foi solto no dia 8 de novembro, beneficiado por decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu prisão em segunda instância.
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