O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um mea culpa em relação à atuação do PSDB e à campanha eleitoral do partido. FHC esteve na inauguração do comitê eleitoral de seu ex-ministro da Educação Paulo Renato, candidato a deputado federal, e foi veemente ao apontar falhas no seu próprio partido e na campanha do PSDB.
"Nós temos falhado no PSDB. Não temos feito o trabalho de formiguinha. Não temos mantido o partido ativo fora do período eleitoral. Nós não temos tido a capacidade de penetrar mais profundamente na sociedade. Não temos tido a capacidade de canalizar o sentimento da sociedade", disse.
"Nós muitas vezes ficamos com receio porque os nossos adversários gritavam que estávamos errados e nós, muitas vezes, não lutamos com afinco por aquilo estávamos fazendo."
Segundo FHC, o partido precisa de uma reconstrução, e os candidatos tucanos têm como desafio fazer com que os eleitores acreditem em suas palavras.
"Agora é o momento de reconstruir o partido também e de atitude. Num país como o nosso, com 125 milhões de eleitores, se os candidatos não forem capazes, com suas palavras, com seu gestual, de transmitir uma mensagem e esta mensagem colar com o sentimento do povo, não se ganha eleição", disse.
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"Nosso desafio é este: é ter palavras que magnetizem, eletrizem, e que o povo sinta a palavra verdadeira e tenha, portanto, reciprocidade e dê o voto. O voto não vai ser dado por cartazes, propaganda apenas. Tem que confiar", afirmou.
FHC afirmou que o partido precisa despertar para "repudiar" o que está acontecendo e que há o risco de que isso não aconteça. Segundo o ex-presidente, a estratégia da campanha eleitoral do PT tem sido colocar todos os partidos no mesmo nível e é necessário que o PSDB mostre as diferenças.
"Nós não somos iguais. Pouco vale dizer que a política econômica do atual governo é a mesma. Não tinha como não seguir [a política econômica criada por ele], porque, se não seguissem, tombariam e não teriam a possibilidade de colher os frutos que estão colhendo agora. Precisamos separar o joio do trigo."
"Hoje há nojo no Brasil. As pessoas têm de ter asco da podridão do país. O Congresso está muito mal. Não se pode abandonar o Congresso", completou Fernando Henrique. Apesar das críticas, ele disse que não deseja que a campanha presidencial do partido passe por mudanças.
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