O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, falou agora há pouco com a imprensa na chegada ao Congresso Nacional do PSDB. Entre outros temas, FHC voltou a criticar a política econômica do governo e a pressão do Planalto junto aos governadores, com a intenção de aprovar a prorrogação da CPMF.
“Os líderes políticos têm de ter sensibilidade e ver o que é bom para o Brasil, sempre. A posição da bancada no Senado é clara: eles acham que há excesso de arrecadação, que pode ser reduzida. O governo foi imune aos pedidos do PSDB de levar em consideração os interesses dos estados”, disse o tucano.
“Se o governo não cedeu nada e há excesso de arrecadação, é natural que os líderes do Senado sejam sensíveis à opinião pública, que não quer pagar tanto imposto”, disse FHC, que evitou falar sobre as denúncias apresentadas ontem (22) pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal contra o senador Eduardo Azeredo (MG), acusado de envolvimento no chamado “mensalão mineiro”. (leia mais)
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Em seu discurso, FHC disse que “a presença de tantas figuras ilustres, inclusive de outros partidos, é um sinal de que uma nova força se anuncia”. O senador José Agripino (DEM-RN), atento ao discurso, era um dos parlamentares de outro partido a que o ex-presidente se referiu.
Nas entrelinhas, Fernando Henrique também fez críticas firmes à conduta do governo em relação à educação, dizendo que o país não pode ter um governante que não se preocupa com a educação, "a começar pela própria".
Ex-presidente
Já o senador Tasso Jereissati (CE), que cederá hoje (23) seu posto ao senador Sérgio Guerra (PE) na presidência do PSDB, preferiu destacar a unidade da legenda.“Em um partido democrático, o pensamento não é unânime em todos os assuntos, graças a Deus. Por isso, o PSDB é um partido tão rico, em que a maioria é que resolve.”
Sobre a CPMF, Tasso disse que a saída de Walfrido dos Mares Guia do Ministério das Relações Institucionais (leia) não está entre as principais razões que impediriam a prorrogação do tributo no Senado.
“Eu acho que o mais importante agora é a opinião pública, que está cada vez mais pressionando os senadores. Mesmo os senadores da base do governo têm dificuldade de votar. Não é por causa da troca de um ministro que a CPMF, na minha opinião, não vai passar.” (Fábio Góis)
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