O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cobrou mais engajamento dos tucanos na campanha do candidato Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto. Segundo ele, é preciso pôr "fogo no palheiro" e "liquidar com a indiferença" para que a indignação popular com os recentes escândalos políticos se transforme em votos para Alckmin.
"O povo pode estar decepcionado porque não houve punição, mas ele também está indignado, e nós temos que despertar essa indignação. É fogo no palheiro, e é isso que precisamos. Vamos liquidar com a indiferença e fazer com que o número de votos se multiplique nas urnas e seja a expressão de nossa indignação com tanta porcaria no país", afirmou FHC. "A falta de reação muitas vezes advém do sentimento de que não adianta", completou.
Na presença de 528 empresários, artistas e atletas, que participaram de um almoço em apoio à candidatura de Alckmin, nessa terça-feira (29), FHC disse que o Congresso foi criminoso ao absolver os mensaleiros. "O que o Congresso fez foi criminoso, porque condenou o Brasil à indiferença. Precisamos reagir a essa indiferença". FHC também comentou a declaração de Lula de que todos na política são iguais.
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"Iguais, não. Eu não sou igual a ele. Queria ter sido igual a ele quando ele foi líder operário e eu o acompanhei na greve ainda no tempo da ditadura. Queria ter sido igual a ele naquele tempo, mas ele mudou e agora prega e faz tudo o que combateu", afirmou o líder tucano.
Artistas apóiam Alckmin
Na expectativa de atrair mais votos para sua campanha, o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, conseguiu reunir artistas, atletas e personalidades do cenário político no evento de ontem. Dentre os presentes estavam: os atores Paulo Goulart e Nicete Bruno, o humorista Tom Cavalcanti, o cantor e compositor Rolando Boldrin, o apresentador João Dória Júnior e o nadador Fernando Scherer, o Xuxa. Na ocasião, cada um deles desembolsou R$ 1 mil para ouvir Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dispararem críticas contra o candidato do PT.
"Um apoio na hora certa. Hoje demos um passo importante com formadores de opinião, artistas, esportistas, empresários, gente das cooperativas, do mundo produtivo gerador de emprego e renda de nosso país", afirmou Alckmin.
Apesar da euforia, Alckmin cometeu uma gafe durante o discurso. Ao falar do senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice em sua chapa, chamou-o de "cearense arretado". O parlamentar, recrutado justamente para atrair votos no Nordeste – onde o tucano é menos popular que Lula – gritou: "É pernambucano".
Para empolgar os que defendem sua candidatura, o presidenciável do PSDB não perdeu a oportunidade de atacar o principal adversário. O tucano afirmou no almoço que o governo não fez nada em quatro anos a não ser "pacto com os mensaleiros". Em seguida, disse que vai resgatar a "esperança" que o petista "roubou do povo".
A presença de artistas apoiando candidatos à Presidência da República não é nenhuma novidade no cenário político. Quem pôde esquecer um dos fatos que acabou virando uma das principais marcas da disputa presidencial entre Lula e José Serra (PSDB) em 2002. As duas artistas globais Regina Duarte, que fazia discursos em favor do tucano, e Paloma Duarte, que defendia o candidato do PT. A primeira afirmou que o povo não queria eleger Lula por medo de ver o país andar para trás. Em resposta, Paloma afirmava que "a esperança venceria o medo".
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