O presidente da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso (CCAI), senador Heráclito Fortes (DEM-PI), disse hoje (11) que o ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional, Jorge Felix, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, e o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, serão reconvocados para depor na comissão. Além dos três, também deverá voltar à comissão para depor, o diretor afastado de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato.
Os depoimentos estão marcados para a próxima quarta-feira (17). Segundo o senador, a versão dada pelos quatro, em reunião secreta, realizada nessa terça-feira (9) na comissão, é diferente da apresentada à CPI dos Grampos da Câmara.
“Diante da gravidade desse fato, não nos resta outro caminho a não ser reconvocar os mesmos cidadãos para prestarem esclarecimentos novamente naquela comissão”, disse em discurso no plenário do Senado.
Parte da reunião realizada nesta terça-feira na CCAI foi aberta ao público. Na ocasião, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Felix, não descartou a possibilidade de um “araponga” da Abin ter grampeado a ligação telefônica realizada entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
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Segundo matéria publicada pela revista Veja, a agência seria autora do grampo. Além de Gilmar Mendes e Demóstenes, a matéria afirma que outras autoridades tiveram as ligações interceptadas, entre elas os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Tião Viana (PT-AC).
De acordo com Félix, atualmente, a Abin realiza uma investigação interna para verificar se houve, ou não, a realização dos grampos ilegais por partes de integrantes da agência.
“Quem fez? Como fez?, Por que fez? E para quem fez?. Essas são as perguntas que esperamos que sejam respondidas no inquérito que foi instaurado”, afirmou.
Composição
A comissão é composta pelos líderes do governo na Câmara e no Senado, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e senador Valdir Raupp (PMDB-RO); pelos líderes da Minoria, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) e senador Mário Couto (PSDB-PA); e pelos presidentes das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Congresso, deputado Marcondes Gadelha (PSB-PA) e o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). A comissão parlamentar foi criada junto da Abin, em 1999, e tem como prerrogativa o controle externo das atividades da entidade. (Erich Decat)
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