Após Pedro Parente entregar ao presidente Michel Temer (MDB) sua carta de demissão, na manhã desta sexta-feira (1º), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e líderes da oposição usaram as redes sociais para comemorar a queda do agora ex-comandante da estatal. Os integrantes da base do governo silenciaram sobre o assunto e ministros se recusaram a responder perguntas sobre a demissão, afirmando que o tema era exclusivo da Presidência da República. Nos bastidores, aliados de Temer também demonstravam insatisfação com a atuação de Parente.
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A política de preços flutuantes, ajustados diariamente pela estatal, adotada pela gestão de Parente foi fortemente criticada durante a paralisação dos caminhoneiros, que gerou uma crise aguda para o governo. Pedro Parente, que assumiu a presidência da Petrobras em 2016, afirmou durante todo o período da greve que não alteraria a política de preços baseada no preço internacional do petróleo e na variação do câmbio.
Em um vídeo postado na página da FUP no Facebook, o coordenador da entidade, José Maria Rangel, afirmou que “as manifestações dos verdadeiros caminhoneiros e dos petroleiros conseguiu desnudar a fama de bom gestor de Pedro Parente”. Rangel diz ainda que Parente não merece “nem passar na porta” da estatal.
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Ontem (quinta, 31), os petroleiros decidiram suspender a greve que, entre outras reivindicações, pedia a demissão de Parente após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aumentar a multa diária pela paralisação de R$ 500 mil para R$ 2 milhões.
Parlamentares da oposição também comemoraram a saída de Parente, chamando-o de “entreguista”. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou em sua conta no Twitter, que apenas a saída de Parente não era suficiente, mas também é necessário mudar a política de preços dos combustíveis.
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), também pediu o fim da política de preços adotada pelo presidente demissionário da estatal. “Que ao menos essa política de preços dos combustíveis, dolarizada, acabe, já! E que a capacidade de nossas refinarias seja plenamente utilizada. Sem Pedro, sem pedras nesse caminho”, escreveu o deputado fluminense.
Base
Os aliados do governo preferiram o silêncio sobre a demissão. Parente era alvo de críticas também na base aliada de Temer. Nos bastidores, eram crescentes os rumores de que os dias de Parente no comando da estatal estavam contados. Até membros da base aliada de Temer no Congresso, viam na política de preços o principal fato motivador da revolta dos caminhoneiros.
Exemplo da insatisfação geral foi a crítica indireta do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), a Parente em sua conta no Twitter. “O presidente de uma empresa monopolista como a Petrobras, precisa reunir visão empresarial, sensibilidade social e responsabilidade política. A ANP deve ter participação mais ativa na formação dos preços dos combustíveis”, escreveu o senador após a demissão.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tinha comentado o assunto até a última atualização desta matéria. Nenhum líder governista se manifestou até então.
Como este site publicou na quarta-feira (30), a demissão de Parente já era cogitada, após a pressão sobre o agora ex-comandante da estatal aumentar. Um interlocutor constante do Palácio do Planalto já havia dito ao Congresso em Foco que, embora a situação de Parente não fosse propriamente confortável, o presidente Michel Temer (MDB) deveria mantê-lo à frente da Petrobras até onde a crise permitisse.
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