Nascido em uma família pobre, o ministro Edison Lobão se diz advogado por formação, jornalista por profissão e político por vocação. Antes de exercer sua real aptidão, foi jornalista do Correio Braziliense e chefiou o escritório da TV Globo no Distrito Federal. Eleito deputado federal em 1978 pela Arena, trilhou uma carreira política que sempre contou com a proteção de outra família, a família Sarney. Uma relação que também se misturou nos negócios.
Família Lobão é campeã de faltas no Congresso
Os bens da família Lobão
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No ano em que se elegeu governador, em 1990, Lobão comprou a TV Difusora, então afiliada da Globo no Maranhão. O ingresso no ramo veio acompanhado de uma jogada inusitada: no ano seguinte, o então governador trocou os direitos de retransmissão da Globo com a TV Mirante, até então afiliada do SBT e de propriedade da família Sarney. Até hoje, as duas famílias detêm o controle dos principais meios de comunicação do estado. O Sistema Difusora de Comunicação, dos Lobão, tem três TVs e várias emissoras de rádio.
Sócio e herdeiro do grupo, Lobão Filho tem negócios diversificados, como mostra sua declaração de bens, entregue à Justiça eleitoral. Além de participação em construtora e propriedade de vários imóveis, ele informou, em 2010, possuir em casa um cofre cheio, com R$ 200 mil em dinheiro vivo.
O patrimônio declarado pela mãe dele, Nice, quase dobrou em 2010 em comparação com 2006: saltou de R$ 1,25 milhão para R$ 2,2 milhões.
Além de Lobão Filho, Edison e Nice Lobão tem outros dois filhos. Luciano é dono de uma empreiteira que faz obras para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Maranhão. Márcio Lobão é o atual presidente da Brasilcap, braço de planos de capitalização do Banco do Brasil. A mulher de Márcio, Marta Martins Fadel, chegou a ser lotada no gabinete de Lobão no Senado, entre 2001 e 2003. O caso de nepotismo só foi descoberto na crise dos atos secretos. Marta é filha do advogado Sergio Fadel, um dos maiores colecionadores de arte do país, dono de um acervo de mais de 1,5 mil obras. Entre elas, preciosidades como Morro da Favela, de Tarsila do Amaral, e peças de Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Volpi.
O senador Lobão Filho se mostra preocupado com o futuro parlamentar e a saúde da mãe. Defende, inclusive, que Nice renuncie ao mandato caso os médicos concluam que ela não tem condições de trabalhar.
Esta não é a primeira vez que Nice Lobão se destaca mais pela ausência do que pela presença. A deputada foi a campeã em faltas na legislatura passada. Ela compareceu a apenas 182 (43%) dos 422 dias de sessões deliberativas em plenário em toda a legislatura passada. Nice justificou 236 das suas 240 ausências. Quase todas também por questões médicas.
Tamanho distanciamento do plenário parece não ter incomodado o eleitor. Pelo contrário. Nice foi reeleita com 95.129 votos – quase 8 mil votos a mais do que na eleição anterior.
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