O Kremlin anunciou hoje (23) a morte do ex-presidente russo Boris Yeltsin. Segundo o porta-voz Alexander Sminov, a causa do falecimento foi falência múltipla dos órgãos. O ex-presidente tinha problemas cardíacos.
Yeltsin, que tinha 76 anos, foi o primeiro presidente eleito democraticamente na Rússia após o fim da União Soviética. Em 1991, ele conquistou o primeiro mandato. Reeleito, governou até 1999, liderando a transição do socialismo para o capitalismo.
A carreira política de Boris Yeltsin começou na região dos Urales. Em 1961, ele se filiou ao Partido Comunista e em 1976 foi eleito secretário geral de um diretório regional da sigla.
Yeltsin se aproximou do presidente Mikail Gorbachov por conta de suas idéias reformistas e, pelas mãos do amigo, foi para Moscou e passou a integrar o Politiburo, órgão supremo de administração do Partido Comunista.
Ao criticar publicamente a lentidão do processo de liberalização do Estado russo comandado por Gorbachov, Yeltsin acabou afastando-se dele e deixou a diretoria do partido.
A essa altura, contudo, seu nome já havia ganhado projeção nacional e era identificado com o combate radical à ditadura comunista. Assim, na primeira eleição democrática do país, o grupo de Yeltsin conseguiu ampla maioria no Congresso de Comissários do Povo e o proclamou presidente da República Socialista Federativa Soviética Russa.
Leia também
Na presidência, ele rompeu definitivamente com os comunistas e implementou um programa radical de mudanças econômicas baseado na transição do socialismo para uma economia de mercado e na ampliação da autonomia das repúblicas federadas.
Até então presidente nomeado, em 1991 Boris Yeltsin coordenou as primeiras eleições presidenciais diretas na Rússia e foi reconduzido ao cargo. Dois meses depois, antes de tomar posse, liderou a luta contra um golpe militar de inspiração conservadora. Enquanto Gorbachov ficou detido em uma casa de repouso, foi ele quem combateu os militares e conseguiu garantir a manutenção da democracia. (Carol Ferrare)
Sarcozy e Ségolène vão para o 2º turno na França
Numa eleição marcada pelo forte comparecimento do eleitor francês às urnas e pela disputa acirrada, o candidato conservador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal passaram ontem (23) ao segundo turno das eleições presidenciais na França.
Sarkozy teve 31,11% dos votos, enquanto Ségolène registrou 25,84% da preferência dos eleitores. Ao todo, 84,6% dos eleitores franceses votaram – 26% a mais que o percentual registrado nas eleições de 2002.
O centrista François Bayrou obteve 18,55% dos votos, enquanto o ultradireita Jean-Marie Le Pen teve 10,51% da preferência do eleitorado. Apenas os quatro tinham chances reais de seguir para o segundo turno, marcado para o dia 6 de maio.
O eleito sucederá o atual presidente, Jacques Chirac, que está há 12 anos no poder. Os dois candidatos retomam hoje a campanha para o segundo turno. Pesquisa realizada ontem pelo instituto LH2 aponta para uma vantagem inicial de Sarkozy, que teria 54% das
intenções de voto, enquanto Royal teria 46% da preferência. (Edson Sardinha)
Leia também
Deputados gastam 1 milhão de litros de gasolina
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, nos dois primeiros meses da atual legislatura, os deputados federais gastaram R$ 2,5 milhões apenas com combustíveis. O valor, reembolsado pela Câmara, daria para comprar um milhão de litros de gasolina. Com isso, os deputados poderiam dar 255 voltas ao redor do planeta.
Essa, no entanto, é apenas uma fatia dos R$ 11,2 milhões que o Legislativo reembolsou aos deputados entre fevereiro e março a título de verba indenizatória.
De acordo com reportagem de Guilherme Scarance e Silvia Amorim, o campeão de despesas é o deputado Deley (PSC-RJ), que declarou, mediante apresentação de notas fiscais, ter gasto R$ 43.585,41 nos dois primeiros meses de mandato. O deputado, no entanto, alega que sua assessoria errou na prestação de contas.
Na seqüência, aparecem os deputados Miguel Martini (PHS-MG), com R$ 43.535,52, e Fernando de Fabinho (DEM-BA), com 43.040,95. Juntos, os dez deputados que lideram a lista do uso da verba indenizatória gastaram R$ 406.470,34. Por outro lado, 42 deputados não gastaram nada ou não pediram reembolso.
De acordo com as regras em vigor, cada parlamentar pode gastar até R$ 180 mil por ano, mas o reembolso máximo é de R$ 15 mil mensais. Quem ultrapassa a cota em um mês recebe o valor excedente no mês seguinte, diz o Estadão.
Hoje, os gastos só são reembolsados mediante comprovação dos gastos com nota fiscal. Mas um projeto aprovado há um mês na Comissão de Finanças da Câmara permite que cada deputado gaste entre R$ 2.416,81 e R$ 5.416,81 mensalmente sem comprovação de despesas. (Edson Sardinha)
Deixe um comentário