Alguns membros do Conselho de Ética consideraram “frágeis” as explicações dadas pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que prestou esclarecimentos ao colegiado nesta tarde. Entre eles, está o relator do processo contra o pedetista, Paulo Piau (PMDB-MG).
“Eu não queria estar na situação do deputado Paulo Pereira, mas eu não posso tirar nenhuma conclusão. As explicações estão muito vulneráveis”, afirmou. Piau não descartou fazer uma reunião reservada para poder questionar Paulinho sobre detalhes do inquérito que corre sob segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulinho é acusado de participar do esquema de desvio de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), descoberto pela operação Santa Tereza da Polícia Federal. A reunião foi encerrada agora há pouco por causa do início da ordem do dia no plenário da Câmara.
“As explicações dele são superficiais. A falta de documentos do Supremo nos impede de ir em frente”, afirmou ao fim da reunião a deputada Luciana Genro (RS), líder do Psol. O Conselho de Ética ainda não recebeu do STF toda a documentação referente ao caso.
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“Esse foi o primeiro passo da investigação. Até o momento fica versão dele. A nós nos cabe fazer o comparativo”, acredita o deputado Efraim Filho (DEM-PB).
Paulinho negou que a ONG Meu Guri, presidida por sua esposa, Elza de Fátima Pereira, tenha recebido recursos públicos. Ele também negou ter recebido recursos através da ong Luta e Solidariedade. “Não recebi cheque e não tenho nenhuma relação com a ong e com o senhor Marcos Mantovani. O que pude fazer foi colocar meu sigilo fiscal e bancário a disposição da justiça”, respondeu.
Questionado pelo relator sobre quais empresa teriam feitos doações para sua campanha eleitoral, a resposta foi evasiva. “Ah, rapaz, não me lembro”, disse. O presidente da Força Sindical afirmou que recebeu quase dois milhões de reais em doação durante sua campanha.
O deputado falou que a sua relação com o coronel reformado Wilson Consani era estritamente comercial. “A minha relação com o Consani era exatamente esta, para saber como andavam as investigações que estavam fazendo em volta da sede do meu sindicato e na minha residência”, afirmou. Interceptações da Polícia Federal mostraram que o coronel informou o deputado sobre a operação Santa Tereza.
Uma nova reunião para continuar o depoimento de Paulinho foi marcada para amanhã (9), a partir das nove horas. (Tatiana Damasceno)
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