“Estamos vivendo situação extremamente difícil, crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a estabilidade”, enfatizou e prosseguiu: “E aí, nesse contexto, nós nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente”.
Villas Bôas fez as declarações em uma inédita videoconferência na última sexta (9) para 2 mil oficiais temporários da reserva, os R2. A conversa teve transmissão para oito comandos pelo país e trechos circulam na internet. O ex-governador Roberto Magalhães (DEM-PE) participou do debate.
O militar, escolhido para o comando do Exército pela presidente Dilma Rousseff no início deste ano, descartou a intervenção militar em outras declarações. Ele disse não ver crise institucional e que as instituições funcionam, dando como exemplo a reprovação das contas do governo Dilma pelo TCU. “Dispensa a sociedade de ser tutelada. Não são necessários atalhos nos caminhos para chegar ao bom termo.”
Questionada pela Folha de S.Paulo sobre a crise social dizer respeito ao Exército, a instituição citou artigo da Constituição que afirma que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, sob autoridade presidencial. “Foi com o pensamento de legalidade, de estabilidade e de legitimidade que o comandante do Exército se referiu”, disse em nota.
Segundo o Exército, que tem desenvolvido projeto recente de reaproximação com reservistas, a única intenção do evento foi manter o contato com ex-companheiros. O presidente do conselho de R2, Sérgio Monteiro, terminou a nota publicada após a palestra com os termos: “Os tenentes estão de volta, prontos! Dê-nos a missão!”.
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