Um relatório da Polícia Federal (PF) sugere que o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou o executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura para a Indústria Farmacêutica Labogen, segundo os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. O verdadeiro controlador da empresa é o doleiro Alberto Youssef, alvo maior da operação Lava-Jato, deflagrada em março último para desbaratar esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões.
O executivo Marcus Moura havia trabalhado com Padilha na coordenação de eventos no Ministério da Saúde. Um mês depois da indicação,o ministério firmou uma parceria com a Labogen para produzir medicamento pelo qual a empresa receberia R$ 31 milhões em cinco anos. A parceria foi cancelada após a imprensa divulgar que o doleiro tinha participação no negócio.
A PF interceptou troca de mensagem entre Youssef e o deputado André Vargas (PT-PR), em 28 de novembro de 2013, na qual os dois comentam sobre a indicação de Moura para a Labogen. Vargas passa para o doleiro o contato do executivo e diz que foi Padilha quem o indicou. O ex-ministro, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, negou ter feito a indicação.
A Labogen foi usada pelo doleiro para fazer remessas de dólares ao exterior, segundo o Ministério Público Federal.
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O relatório da PF, segundo a Folha, cita também que o doleiro tinha relações com outros dois deputados petistas. Cândido Vaccarezza e Vicente Cândido, ambos de São Paulo. Vacarezza disse que nunca se relacionou com Youssef. E o segundo confirmou ter conhecido o doleiro numa viagem a Cuba e disse ter ajudado Youssef em um processo tributário.
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