O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), disse hoje que é preciso aguardar o fim dos trabalhos das CPIs para iniciar um eventual processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós temos que esperar (o fim das CPIs) para ter uma visão de conjunto, porque os fatos são muito complexos”, disse, após participar de um ato público em apoio às comissões de investigação, na capital paulista.
O ex-ministro ressaltou, no entanto, que o objetivo do ato não era fazer uma manifestação pela saída de Lula da presidência. “Nós não temos o objetivo de fazer com que ele se sente no banco dos réus”, disse, ressaltando que o impeachment “tem que ser um imperativo ético, determinado pelos fatos”.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criou uma comissão para discutir a possibilidade de pedir o impeachment do presidente, com base nos dados levantados pelas CPIs. Em fevereiro, a comissão deve apresentar suas primeiras conclusões.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que também esteve no ato, afirmou não haver condições, junto à população, para pedir o impeachment. “Do ponto de vista técnico, há. A dificuldade é que a população não está convencida disso. Se você só com a perspectiva técnica, sem levar em conta essa situação psicológica da população, você pode dar ao presidente da República e ao seu partido o papel de vítima. É o papel ideal para quem, de certa maneira, está acossado”, afirmou.
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