Em depoimento nesta manhã à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que funciona no Senado, Luis Carlos Moreira da Silva, ex-gerente-executivo internacional da empresa, afirmou que a compra da refinaria de Pasadena pela estatal ofereceu vantagens e seguiu procedimentos padronizados para esse tipo de negócio.
Ele repetiu argumentos expostos por outros executivos da estatal envolvidos na compra da refinaria, já ouvidos pela CPI. Conforme afirmou, a parceria firmada à época foi do interesse da Petrobras, que buscava a experiência da empresa belga Astra, então dona de Pasadena, na comercialização de petróleo, sendo que a estatal brasileira oferecia experiência de produção.
Conforme relatou, visitas à refinaria mostraram que ela apresentava condições adequadas para aquisição, apenas com piores padrões de conservação de unidades inativas, em comparação com as práticas adotadas pela Petrobras, mas de acordo com os padrões seguidos nos EUA, onde só é feita manutenção de unidades que geram retorno.
Sobre a diferença entre o valor pago pela Astra quando adquiriu a refinaria e o valor muito mais alto cobrado da Petrobras, ele informou que à época da compra pela Astra, Pasadena estava impedida de operar por problemas trabalhistas e ambientais. A companhia belga teria pago valor menor por ter assumido os custos de resolução dos problemas, já sanados quando a estatal brasileira assumiu a refinaria.
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Moreira acrescentou que as duas cláusulas omitidas do resumo-executivo que serviu de base para a aprovação do negócio pelo Conselho de Administração eram “comuns” e não interfeririam na decisão de compra. As cláusulas em questão são a put option e a Marlim. A primeira determinava que, em caso de desacordo entre os sócios, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações. A segunda garantia à Astra Oil, sócia da Petrobras, um lucro de pelo menos 6,9% ao ano.
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