Os ex-diretores da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social (Refer) Roberto Souza e Carlos Alberto Pinto da Silva disseram hoje que passaram a desconfiar da possível participação do fundo de pensão no esquema do “valerioduto” somente pela imprensa. Os dois depuseram hoje à CPI dos Correios.
A suspeita do esquema teria sido levantada em setembro passado, depois que o conselheiro do fundo, Darci Rocha, denunciou o caso à imprensa. A CPI suspeita ter havido um esquema envolvendo R$ 19 milhões, montado pelo PT, para bancar em 2004 as candidaturas de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, Jorge Bittar à Prefeitura do Rio de Janeiro e aliados do deputado Carlos Santana (RJ) nos pleitos municipais. O repasse se daria pela formação de um fundo de aplicação em cotas.
Roberto Souza e Carlos Alberto confirmaram à CPI que Darci é uma pessoa equilibrada. “Eu me recuso a acreditar que o Darci tenha inventado isso”, admitiu Roberto Souza. Ele disse ainda que, quando assumiu a diretoria financeira do Refer, havia sérios e graves problemas no fundo. Os principais, segundo ele, seriam prejuízos no mercado acionário.
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Troca-troca
O sub-relator de Fundos de Pensão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), também questionou o fato de três diretores financeiros, responsáveis pelos investimentos, terem passado pela Refer em um período de apenas seis meses, entre fevereiro e agosto de 2004.
Segundo Roberto Souza, a diretoria foi montada por vários partidos diferentes e, por isso, havia uma briga política interna no Refer. Essa briga, segundo o depoente, permanece até hoje e, por isso, há dificuldade de consenso entre os diretores.
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