O delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito da compra de dossiês, Diógenes Curado Filho, disse que o depoimento do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso não rendeu o esperado. A expectativa era que o depoente oferecesse alguma pista sobre a origem dos dólares que bancariam a compra do material contra candidatos do PSDB.
“Foi um depoimento improdutivo”, disse o delegado. O procurador da República Mário Lúcio Avelar, que acompanha o caso, também disse ter ficado insatisfeito com a oitiva. Segundo ele, Expedito adotou a tática de transferir responsabilidade para outras pessoas, assim como o petista Jorge Lorenzetti, também apontado como um dos operadores da compra do dossiê.
Expedito disse que a negociação do material com a família Vedoin não envolvia dinheiro, mesma versão dada por Lorenzetti. As conversas teriam começado em agosto, segundo ele, e os petistas ofereceram apoio jurídico aos donos da Planam em troca dos documentos.
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O ex-diretor do BB afirmou que o objetivo era conseguir informações sobre o empresário Abel Pereira, que teria vencido licitações na gestão de Barjas Negri, ministro da Saúde no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso.
O depoente disse que não sabe de onde veio o dinheiro apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Ele confirmou, porém, que Lorenzetti era chefe de Gedimar no núcleo de informações da campanha do PT.
Depois do depoimento, Expedito confirmou que esteve em Cuiabá, a base das negociações para a compra do dossiê, para conferir se Vedoin tinha documentos comprovando pagamento de propina a Abel Pereira. “Fui lá para cumprir uma função técnica: ver depósitos afetos a pessoas indicadas por Abel Pereira”, disse.
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