O ex-diretor-geral da Polícia Federal (PF) Leandro Daiello Coimbra acredita que o material apreendido pela PF durante a sua gestão ainda é suficiente para “mais quatro ou cinco anos” de investigações como a Operação Lava Jato. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. veiculada nesta segunda-feira (18). Segundo Daiello, as operações “não vão parar”.
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“Não tem outro jeito. Você vai na empresa e acha uma sala inteirinha com papéis, aí começa a cruzar e vem a operação”, disse ele.
Daiello foi o chefe da PF por quase sete anos e estava à frente da corporação no início da Lava Jato, em 2014. Aposentado desde novembro de 2017, o ex-delegado passou a integrar a equipe do escritório Warde Advogados, especialista em fusão e aquisição de empresas.
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O ex-chefe da PF disse que o foco das operações iniciais era investigar a atuação de doleiros, e a Petrobras acabou aparecendo como consequência. “O doleiro hoje é uma lavanderia. Você paga para receber o dinheiro limpo”, afirmou.
“Quem ia esperar que chegaríamos neste momento da história em que as autoridades teriam liberdade para agir, respaldo do Judiciário, que iriam mandar prender 50? Ficar prendendo gente não é solução para tudo. Mas que o Brasil mudou, mudou. Na época em que entrei na PF ver um doleiro preso era inimaginável”, comentou Daiello. “Mas os doleiros vão continuar dando trabalho”.
Agora fora da PF, o ex-dirigente falou sobre o que acredita ser a solução para evitar tantos casos de corrupção no país: uma reforma política. “Se não tiver a reforma política a máquina vai continuar gerando (corrupção). Da maneira que a política é jogada hoje, não sobrevive, não. A fábrica de corrupção está aberta. A doação eleitoral não é ideológica, é estratégica”, disse.
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