Em depoimento à CPI dos Correios, Pedro José Mercador Mendes, diretor financeiro da Prece entre janeiro e agosto de 2002, confirmou que havia uma relação administrativa entre a diretoria da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e a diretoria financeira da Prece, fundo de pensão da instituição. Segundo ele, as decisões do fundo eram determinadas pela diretoria da Cedae. Mendes afirmou ter sido afastado do cargo devido à mudança na diretoria executiva da Prece, motivo pelo qual acredita que seu afastamento pode ter tido caráter político.
Sobre a mudança de administradora do fundo – da Melo/Braskan para o Banco Santos, atualmente em fase de liquidação judicial – Mendes afirmou que teve razões de "natureza política e estratégica".
Pedro Mendes admitiu não ter larga experiência em investimentos e reconheceu que 2002 foi o pior ano contábil da Prece, quando se alcançou apenas 30% da meta atuarial. Mas o resultado do último trimestre de 2001 teria sido ruim, segundo ele, em função dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque; do aumento do risco-Brasil, que teria atingido dois mil pontos; e devido à disputa eleitoral, já que o mercado via com receios a vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A Prece é um dos 13 fundos que, segundo a sub-relatoria de Fundos e Pensão, tiveram perdas de cerca de R$ 730 milhões em operações no mercado de derivativos da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Em seguida, a sub-relatoria vai ouvir outro funcionário da Prece: Ricardo Afonso das Neves Leitão.
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