Em depoimento à Justiça de Brasília, a ex-funcionária da prefeitura de Ribeirão Preto Isabel Bordini contradisse o ex-ministro Antonio Palocci no inquérito que investiga irregularidades na administração municipal.
Segundo o delegado seccional Benedito Valencise, a ex-superintendente do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) declarou que todas as decisões importantes da empresa eram tomadas com a participação do então prefeito Palocci.
O ex-ministro responde a inquérito sobre irregularidades em contratos de varrição de rua. Em depoimento à Polícia Civil, Palocci havia dito que as decisões sobre a forma de pagamento e as ordens de serviço, por exemplo, eram exclusivas da superintendência do Daerp. Os documentos foram assinados quando ele era prefeito da cidade.
A carta precatória com o depoimento de Isabel retornou nesta semana a Ribeirão Preto. "Ela (Isabel) disse que a decisão final era sempre dele (Palocci)", afirmou Valencise, ao comentar as declarações da ex-assessora.
Isabel mora em Brasília com o marido, Donizete Rosa, atual diretor-superintendente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Sepro) e ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto na gestão de Palocci.
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Para o delegado que preside as investigações, o depoimento de Isabel demonstra as autorias do crime e "faz eco" a todas as irregularidades que já estão no inquérito. "Ficou claro que os crimes eram praticados pelo grupo", comentou Valencise.
Pelas investigações, Palocci e outros sete suspeitos teriam desviado recursos públicos para repassar à empresa de varrição Leão Leão e ao PT, o que configuraria crime de peculato (quando o funcionário público se apropria de bens ou recursos públicos).
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