O jornalista Marcelo Netto, ex-assessor de Imprensa de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, foi indiciado pela Polícia Federal pelo crime que quebra de sigilo bancário. Durante quatro horas, ele depôs na PF no inquérito que investiga a violação da conta do do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Netto é o principal suspeito de ter repassado o extrato bancário do caseiro para a revista Época, onde trabalha um de seus filhos.
O ex-assessor de Palocci entrou e saiu da sede da PF, em Brasília, sem falar com a imprensa. O seu advogado, Eduardo Toledo, disse que Netto negou qualquer participação na quebra e divulgação dos dados bancários de Francenildo. “Ele nega qualquer repasse por parte do ministro Palocci de qualquer extrato, qualquer informação. Nega qualquer participação nesse fato”, afirmou Toledo.
Toledo não vê razões para o pedido de indiciamento de Netto. “Entendemos que o indiciamento não tem amparo jurídico para ocorrer.”
Na casa de Palocci
Segundo o advogado, o jornalista esteve na casa de Palocci no dia 16 de março – um dia antes da divulgação dos extratos bancários do caseiro pelo blog da revista Época – para tratar de assuntos referentes ao seu trabalho como assessor de imprensa. “Havia a necessidade (do Marcelo Netto) se informar se haveria alguma declaração oficial do ministro sobre as denúncias do caseiro”, disse Toledo.
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O advogado disse que Netto não sabia da presença de outras pessoas na casa de Palocci na ocasião. “Ele esteve pessoalmente, sozinho e desacompanhado. Ele não tinha conhecimento que outras pessoas poderiam estar lá. Ele foi despachar assuntos da pasta dele.”
Também estiverem na casa de Palocci, na noite de 16 de março, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e os assessores do Ministério da Justiça Daniel Goldberg, secretário de Direito Econômico, e Cláudio Alencar, chefe de gabinete do titular da pasta, Márcio Thomaz Bastos.
Mattoso disse que entregou o extrato de Francenildo para Palocci nesta noite. No dia seguinte, os dados bancários de Francenildo foram publicados pelo blog da revista.
Sigilo telefônico
O delegado Rodrigo Carneiro Gomes, responsável pelo inquérito na Polícia Federal, pediu hoje a quebra do sigilo telefônico de Netto para a Justiça Federal. Toledo disse que seu cliente não deve, por enquanto, tentar impedir a quebra de seu sigilo telefônico.
“Não vamos antecipar o debate jurídico antes da conclusão do inquérito e da manifestação do Ministério Público. Somente depois, se for oferecida a denúncia, no foro próprio, teremos bons argumentos para defender.”
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