O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou nesta sexta-feira (15), em Havana (Cuba), a suspensão da resolução que confiscou as refinarias de petróleo da Petrobras no país andino. Em discurso na 14ª Cúpula dos Países Não-Alinhados, ele afirmou que não quer entrar em conflito com o governo brasileiro, mas ressaltou que já havia avisado que os contratos para a extração de hidrocarbonetos iriam mudar.
Morales justificou que é preciso mais tempo para definir a regulamentação decreto de nacionalização da exploração de petróleo e gás e, por isso, decidiu voltar atrás no confisco das refinadoras. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, encontrou-se com o presidente boliviano e defendeu "mais previsibilidade" nas relações da Bolívia com o Brasil, e uma "negociação mais racional" entre os dois países.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta sexta-feira que a estatal ainda tem interesse de investir na extração de recursos naturais da Bolívia. Ontem, o dirigente havia avisado que o confisco, se não fosse revogado, inviabilizaria a permanência da empresa no país vizinho.
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Na última terça-feira (12), Morales concluiu a regulamentação do decreto, de maio, que nacionaliza a produção e a comercialização dos hidrocarbonetos na Bolívia. Com a medida, o controle acionário as duas refinadoras de petróleo da Petrobras no país foi transferido para a YPFB, a estatal boliviana de petróleo e gás. Na época da edição do decreto, a medida passou a vigorar primeiramente para a exploração de gás natural, cuja extração também é feita, na maior parte pela companhia brasileira.
Ontem à noite, diante da reação negativa do governo brasileiro e da Petrobras frente à medida, o vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, informou que a resolução seria suspensa por tempo indeterminado a fim de restabelecer o clima de negociação.
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