Edson Sardinha e Mário Coelho
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), virou alvo, nesta manhã (2), de outros dois processos de impeachment. Uma associação de pastores evangélicos e o Psol entraram com pedido de afastamento do governador, acusado de distribuir recursos a parlamentares de sua base aliada, na Câmara Legislativa. A denúncia também se estende ao vice-governador, Paulo Octávio (DEM).
O presidente regional do Psol, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho, e pelos deputados federais Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ) e Geraldinho (RS) estiveram na Câmara para entregar o pedido. De acordo com Toninho, os envolvidos no caso devem ser afastados imediatamente até a apuração rigorosa dos fatos. Segundo ele, as imagens e áudios divulgados demonstram a desqualificação de pessoas dos Poderes Executivo e Legislativo do DF e não podem ser desconsideradas.
“Não é possível esconder esta sujeira embaixo do tapete. É repugnante. Os partidos devem expurgar os distritais envolvidos”, afirmou Toninho. Para o presidente do Psol, a pressão popular provocará a renúncia ou pelo menos o afastamento de Arruda, Paulo Octávio e dos dez deputados distritais. “O caso é muito grave e, por isso, necessita de decisões imediatas. Qualquer tentativa de adiamento ou manobras protelatórias não funcionarão”, avaliou.
Outros dois processos haviam sido protocolados por advogados ontem (1º). O Partido dos Trabalhadores e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) também prometem entrar com o pedido de impeachment do governador ainda esta semana.
Os requerimentos serão analisados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), comandada pelo deputado distrital Raad Massouh (DEM), correligionário de Arruda. Caso algum dos pedidos seja aprovado pela CCJ, o caso passará à análise do plenário.
Para determinar a perda do mandato, o pedido precisa ter o apoio de 16 dos 24 distritais. O governador tem ampla maioria na Casa: com a migração de dois distritais ontem, subiu para sete o número de oposicionistas. Pelo menos oito deputados estão envolvidos no inquérito da Operação Caixa de Pandora. Eles aparecem como beneficiários de uma mesada supostamente distribuída pelo Executivo em troca de apoio nas votações.
Raad Massouh assumiu a CCJ porque o então presidente do colegiado, Rogério Ulysses (PSB), foi citado nas investigações. O gabinete do deputado foi alvo de buscas da Polícia Federal na última sexta-feira. O corregedor da Casa, Junior Brunelli (PSC), também foi obrigado a deixar o cargo. Ele aparece num vídeo recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, autor das denúncias. Em outra gravação, Brunelli, que é pastor, aparece orando e agradecendo pela “vida” de Durval.
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