A Promotoria de Justiça de Nova York concordou em repassar à CPI dos Correios os dados referentes à movimentação bancária do publicitário Duda Mendonça nos Estados Unidos, informa o jornalista Josias de Souza, em seu blog (josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br).
Segundo Josias, a informação foi repassada a Brasília há dois dias por Antenor Madruga, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.
Enviado a Nova York pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, Madruga participou de uma reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA) e se encontrou com o promotor de Justiça Adam Kaufmann. Durante a conversa com Madruga, Kaufmann fez contato com o promotor chefe de Nova York, Robert M. Morgenthau.
“Eles (CPI dos Correios) vão conseguir o que desejam”, resumiu o brasileiro, em contato telefônico com Brasília. Uma comitiva da CPI, chefiada pelo presidente da comissão, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), viaja aos Estados Unidos nesta segunda-feira para sacramentar o acordo.
Delcídio terá de assinar um documento comprometendo-se a manter as informações bancárias do publicitário sob sigilo. Junto com ele, viajarão o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e os relatores-adjuntos Maurício Rands (PT-PE) e Eduardo Paes (PSDB-RJ).
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A CPI vem tentando acessar os dados bancários de Duda desde o ano passado. Em depoimento à comissão, em agosto de 2005, Duda admitiu ter recebido de Marcos Valério R$ 15,5 milhões em 2003. O dinheiro transitou pelo caixa dois. Referia-se ao pagamento de serviços que o publicitário prestara ao PT na campanha de 2002. Desse total, informou Duda à CPI, R$ 10,5 milhões foram depositados no BankBoston de Nova York, em nome de uma empresa offshore chamada Dusseldorf, aberta nas Bahamas.
O Ministério da Justiça recebeu em novembro os dados da movimentação bancária da Dusseldorf. Repassou-os à Polícia Federal e ao Ministério Público. Porém, a Promotoria Nova York não autorizou que fossem entregues também à CPI. Receava que houvesse vazamentos à imprensa.
No curso da apuração, descobriu-se inclusive uma nova conta de Duda na Flórida. O valor, já bloqueado, ainda não foi revelado. A CPI terá acesso também à movimentação desta segunda conta.
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