A aprovação em concurso público é um momento especial na vida das pessoas. Diria mesmo que é um momento mágico, que pode nunca mais se repetir, ainda que o concurseiro tente, encorajado pelo sucesso anterior e disposto a conseguir cargo melhor. Quem alcança uma aprovação deve saber aproveitar o momento e valorizar sua nova condição de empregado do governo – servidor do público–, situação que lhe abrirá as portas de uma nova vida, muito melhor do que a que vivia antes.
Digo e escrevo isso com a convicção de quem vivenciou oito vezes a experiência. Fui servidor público durante 17 anos, no governo federal e no do Distrito Federal, e olhe que tudo começou depois de um insucesso: a reprovação em um concurso para o Banco do Brasil, o primeiro que fiz, logo depois de completar 19 anos de idade. Longe de me desanimar, esse foi o pavio que acendeu em mim o desejo, ainda maior do que antes, de me tornarum concurseiro de sucesso. Isso acabou ocorrendo em curto tempo, o que me conduziu ao êxito profissional até os dias de hoje.
Por isso, é sempre uma satisfação renovada ficar sabendo de casos de sucesso de ex-concurseiros que foram nossos alunos. Relatos desse tipo fazem parte do meu dia a dia, mas eu não tomaria conhecimento deles se os ex-alunos não me enviassem suas histórias. A seguir, reproduzo uma delas:
Leia também
Fui aprovada na Caixa: “Eu larguei tudo para virar concurseira em 2012. Essa passou a ser minha profissão, que é árdua e não remunerada. Por vários motivos, sonhei com a Caixa desde o início. E agora, em 2014, pude realizar meu sonho. Fui classificada em 68º lugar. Acredito que estarei na primeira turma a ser nomeada. Por isso venho agradecer a vocês que contribuíram muito para a realização desse sonho. Pude perceber a dedicação de cada um pela turma. E, quanto a mim, podem ter certeza, foram decisivos nesse processo. Por isso, agradeço. Continuem dando aulas de qualidade e lutando pelas pessoas, assim posso acreditar em um mundo melhor.” (N. T. A.)
A jovem Natália é um desses exemplos de determinação.Para a história de pessoas como ela, só pode haver um final feliz. Conheço muitos outros exemplos assim, de gente que, graças à coragem de enfrentar o grande desafio que é estudar para um concurso público, logo alcança o grande objetivo de ser aprovado. Tenho certeza de que, quando ela afirma ter largado tudo em 2012 para virar concurseira, não está exagerando. Ainda mais que, como vocês devem se lembrar, o concurso da Caixa foi o mais concorrido do mundo – eu escrevi isso na ocasião –, com cerca de 1,2 milhão de candidatos disputando 29 mil vagas em todo o país. Na época, eu ressaltei que o certame só seria superado pelo Enem e pelo vestibular da China – uma brincadeira, evidentemente, mas que tem lá o seu fundo de verdade, se é que existe vestibular na China.
Contudo, é importante dizer que Natália só foi aprovada porque conseguiu se superar e vencer todos os obstáculos que, com toda a certeza, surgiram durante o período de preparação, que não deve ter sido nada fácil. O conteúdo do concurso da Caixa foi terrível, com matérias que muitos candidatos têm pavor só de imaginar, como raciocínio lógico e contabilidade, para citar apenas dois desses bichos-papões. Para vencer essa parada, o candidato precisa ter algum diferencial nos estudos e esse deve ter sido o segredo da aprovação de Natália e de todos os outros que conseguiram superar os desafios lançados pela banca examinadora.
Agora, tenho outro exemplo de sucesso que faço questão de contar. Quando abri este e-mail e li o título,cheguei a ficar emocionado. Era assinado pela jovem A. A. e começava assim:
“Eu tenho o melhor emprego do mundo, meu Deus!” — “Olá, professor Granjeiro! Sou Aline, estive na sua sala no ano passado para pedir a indicação de um advogado que pudesse me orientar, pois eu estava na lista de aprovados do Senado Federal, era a próxima da lista, na verdade. Não sei se o senhor vai se lembrar. Naquela ocasião, expliquei a situação dos excedentes depois da entrada do senador Renan (que não queria nomear mais ninguém) na presidência do Senado. O senhor foi bastante prestativo, ouviu tudo que eu tinha para dizer e me deu o nome de um colega que é advogado. O Senhor ainda me encorajou ao dizer: ‘tenho certeza que você será chamada, pode começar a gastar por conta’. Bom, realmente fui nomeada. Minha nomeação saiu em fevereiro, tomei posse em março e já estou trabalhando! Não era servidora e tenho a exata noção de que estou em um dos melhores órgãos públicos do país. Por meio dessa mensagem, gostaria apenas de agradecer ao senhor por ter me recebido de forma tão cordial e por ter ouvido as minhas angústias naquele momento. Fico feliz em saber que o maior nome do país em concursos públicos é também o de uma pessoa acessível e simpática. Obrigada! E esse ano eu finalmente pude dizer que tive o meu ‘feliz cargo novo’!”.
Imaginem o que sentia essa concurseira naqueles dias em que conversamos. Pensem na angústia que é, depois de esforço brutal, necessário para ser aprovado num dos concursos mais difíceis do país, ficar na expectativa da nomeação e na dependência do bom humor do presidente do Senado para ver concretizado o sonho que parecia tão perto de virar realidade. Tornar-se servidor do Senado é uma oportunidade que pouquíssimos têm, considerando-se os milhares de candidatos que concorrem às poucas vagas oferecidas e as poucas centenas que as conquistam. Como costumam dizer os gaúchos, é aquela situação em que o cavalo passa encilhado na sua frente e você não pode deixar de montar, porque ele dificilmente voltará a aparecer.
Portanto, compreendo o entusiasmo de Aline quando ela afirma que tem “o melhor emprego do mundo”. Entrar para o Senado, por meio de concurso público, sem dúvida deixa a pessoa com essa sensação. A começar pelo ambiente de trabalho, onde você lida com o dia a dia dos bastidores da política do país, passando pelas inúmeras vantagens e pelos muitos benefícios oferecidos aos servidores da casa e chegando ao mais importante, o salário acima dos padrões do próprio serviço público em geral, começando já em cerca de R$ 12 mil, a depender do cargo, e podendo passar de R$ 20 mil, no caso dos analistas e consultores. Dizem que o melhor emprego do mundo é o do Barack Obama, mas é porque ele nunca trabalhou no Senado brasileiro. Tanto que alguns apelidaram o órgão de“Ceunado”,afinal, o órgão é melhor que o céu, já que não é preciso morrer para entrar nele.
Contei a história dessas duas ex-alunas para deixar registrados dois exemplos de sucesso inspiradores para todos os concurseiros. Natália e Aline são daqueles casos que nos dão a certeza de que a recompensa para quem se dedica a estudar de verdade para concurso público chega mais cedo ou mais tarde. É preciso, porém, saber escolher o caminho e, depois disso, manter o foco até alcançar a tão sonhada aprovação. Já afirma um antigo provérbio indiano: “Se você não faz as escolhas, as escolhas fazem você”. E isso pode dar errado. Por isso, caro leitor, seja um concurseiro de sucesso, fazendo as escolhas certas, e, assim como Natália e Aline, logo você poderá comemorar o seu feliz cargo novo!
Deixe um comentário