Rudolfo Lago, Eduardo Militão, Mário Coelho e Thomaz Pires
Em depoimento no dia 2 de outubro de 2009, Durval Barbosa Rodrigues afirma que José Roberto Arruda montou um esquema quando ainda era deputado federal pelo DEM para financiar sua campanha ao governo do Distrito Federal. O esquema, com a participação de Durval, desviava recursos de contratos da Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan) com várias empresas. Na época, Durval era o presidente da Codeplan. O esquema funcionou, diz Durval, entre 2003 e 2006.
“Que, no período entre 2003 e 2006, enquanto era presidente da Codeplan, o declarante recebia determinação do então deputado federal José Roberto Arruda, acerca da destinação de valores provenientes de contratos celebrados entre a Codeplan e terceiros; que tais determinações eram encaminhadas em algumas situações diretamente por Arruda e em outras via seus assessores Omézio Pontes e Domingos Lamoglia”, diz trecho do depoimento.
“Que o declarante como presidente da Codeplan encaminhava a relação de contratos assinados entre a Codeplan e terceiros, detalhando valores mensais, datas de pagamentos e saldos dos contratos, ao então deputado federal Arruda; que tal relação era utilizada por Arruda para um melhor acompanhamento da execução de todos esses contratos”, prossegue.
“Que Arruda determinava a quantia e o momento a ser pago a cada uma dessas pessoas; que essas pessoas eram presidentes de partidos políticos, pessoas com influência em partidos politicos e parlamentares”, explica Durval no depoimento. Logo em seguida, ele completa afirmando que, para alguns, o pagamento ganhava a forma de “mensalinho”:”Que as referidas quantias eram pagas em troca de apoio político à candidatura de Arruda ao governo do GDF; que algumas pessoas recebiam de mandeira rotineira, sendo efetuadas pagamentos mensais.
Durval cita um caso específico. Segundo ele, Arruda pagou R$ 200 mil a uma outra candidata, Maria de Fátima Passos, que tentava eleger-se para o governo do Distrito Federal pelo PSDC. O dinheiro, diz Durval, foi entregue à candidata por Weligton Morais, um dos seus assessores na área de comunicação social. A quantia tinha por objetivo fazer com que Maria de Fátima não atacasse Arruda na sua campanha. “Que o declarante se recorda de uma situação ocorrida durante a campanha do então deputado federal Arruda ao governo do GDF, no qual entregou R$ 200 mil para Weligton Morais e que tal valor se destinava ao pagamento referente a um acordo feito entre Arruda e Maria de Fátima, também candidata ao governo do GDF; que, em tal acordo, ficou ajustado que Maria de Fátima não atacaria a candidatura de Arruda ao governodo GDF”.
Aguarde mais informações do inquérito da Operação Caixa de Pandora.
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